Religiosidade

A Simplicidade do Saber

Quando as palavras não precisar ser ditas

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André Luiz de Abreu

Uma das passagens que muitos apreciam do legado de Jesus é a “Parábola do Bom Samaritano” (Evangelho, segundo Lucas, 10:25 a 37).

Nela, logo no início, o Evangelista narra que um intérprete da Lei, num lampejo de presunção, resolve testar se Jesus conhecia o Velho Testamento. Pergunta-Lhe: “Mestre, o que devemos fazer para termos a vida eterna?”

O que impressiona no discurso do Divino Mestre é que Ele respondia não às perguntas feitas, e, sim, à verdadeira dúvida provinda do fundo da Alma do interlocutor. Isso fazia com que, em algumas situações, numa análise superficial, as respostas parecessem, textualmente, desconexas, dando margem a algumas interpretações que, às vezes, chegavam “ao pé da letra”. O que ocorria de fato é que Jesus respondia ao íntimo, ao coração, à Alma de cada um, como se fizesse uma avaliação plena da condição espiritual-psíquica daquele que Lhe argumentava.

Assim foi quando purificou o Templo, expulsando os comerciantes (Evangelho, segundo João, 2:13 a 22). Depois de verem seus pertences espatifados, os mercadores chegaram perto do Cristo e disseram: “Que sinal nos mostra para fazeres estas coisas?”, ao que Ele respondeu: “Destruam este Templo e em três dias Eu o reconstruirei”. O Divino Mestre lera o íntimo daqueles que, furiosos, na verdade queriam matá-Lo.

Os comerciantes estavam revoltados com a atitude do Mestre, que não mandou recado: Sozinho, derrubou barracas, expulsou vendedores, libertou animais, mostrando que não compactuava com a falta de zelo pela Casa de Deus. Na Sua Ressurreição, os discípulos lembraram-se daquelas palavras ditas no Templo — conforme reconhece o próprio João Evangelista nos versículos posteriores — e certificaram-se de que realmente Ele falara de Seu corpo. Atesta-se, então, o pleno conhecimento de Jesus quanto às intenções dos mercadores em tirar-Lhe a vida.

As respostas dirigidas aos Seus indagadores eram fruto de uma análise profunda do questionamento íntimo deles. E não para por aí. Ainda há uma outra preocupação do Sublime Amigo: Era preciso falar profeticamente. Ao pronunciar-se, sabia que os ensinamentos iriam se perpetuar. Portanto, identificamos o Cristo falando, com maestria, ao presente e ao futuro.

Analisemos, juntos, o processo utilizado pelo Educador Celeste: captar a pergunta em sua verdadeira origem, adaptando uma resposta que servisse para o momento e para a civilização vindoura. Somente um profundo conhecedor do ser humano seria capaz de tal proeza!

Esse breve preâmbulo foi apenas para identificar Jesus como o maior Psicólogo, ao combater as causas anteriores aos problemas; um exímio Educador, ao sugerir soluções práticas às causas; e um hábil Político, ao implementar as soluções.

Voltando à “Parábola do Bom Samaritano”, reparemos, agora, como a pergunta do intérprete favorece que Jesus aplique extensa lição: “Mestre, o que devemos fazer para termos a vida eterna?”. Notamos, pela resposta, que o Cristo identifica o intelecto sem Obras, as teorias sem prática que o doutor da lei carregava consigo.

Quando observei o que vou narrar adiante, um profundo reconhecimento da Sabedoria de Jesus expandiu-se em meu coração: O Mestre, maior conhecedor da Lei, num ato de humildade e de extrema perspicácia, retruca: “O que está escrito na Lei? Como a interpretas?”. E o estudioso, demonstrando bom conhecimento intelectual, conecta duas passagens do Pentateuco na sua resposta: a primeira extraída de Deuteronômio, 10:27, e a outra de Levítico, 19:18, ao dizer: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento (…) e amarás o teu próximo como a ti mesmo”.

Reparem que Jesus faz o intérprete expor um íntimo antagonismo. Foi buscar a dúvida na origem, para, então, responder-lhe celeremente: “Faze isto… — ou seja: Pratique! Transforme em atos os seus aprendizados! Abandone as teorias sem Obras! Tenha a Fé que realiza! — … e viverás”. Como se dissesse: sentirás o calor da Fraternidade, o júbilo de agradar ao Criador amparando as Suas criaturas.

Está aí um portentoso ensinamento da Religião do Terceiro Milênio: A Fé Realizante. Imaginemos um Ser da grandeza espiritual do Cristo, olhando nos olhos de um homem e dizendo: “Faze isto e viverás”.

Atualmente, muito se estuda e se investe no encanto pessoal, no magnetismo, na persuasão. Imaginemos quanto deveria haver disso em Jesus… Será que dá para quantificar a força sublime de Seu pensamento antes de pronunciar as palavras? Elas nem precisavam ser ditas: A proximidade influente, a vibração de Jesus tocara o íntimo do intérprete.

O pobre doutor da lei fora descoberto em sua intimidade. Com o orgulho ferido, tenta justificar-se: “Mas, quem é meu próximo?”. O Mestre identifica na fraqueza comportamental do interlocutor uma tendência universal ao erro e, a partir da narrativa da Parábola, transmite um ensinamento a ele, e, por conseguinte, a todos nós, Humanidade.

 


* André Luiz de Abreu, do Rio de Janeiro, RJ, é coordenador editorial e estudioso dos temas da Espiritualidade.

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