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Dia Mundial do Meio Ambiente: “A estabilidade do mundo começa no coração da criança” (Paiva Netto)

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Adriana Rocha

No artigo “Distração humana, Dinamarca e destino”, o escritor Paiva Netto apresenta formidável abordagem a respeito da apatia humana ante as questões ambientais, situação bem definida como “uma espécie de sono hipnótico” da população. No trecho “Otimismo x realidade”, adorei a perspectiva inusitada com que o autor classifica o momento em que vivemos como um “período de liberdade condicional”. Essa definição genial sacode as mentes e as faz pensar no quanto já se perdeu e no que virá em breve, se não houver uma urgente reação mundial.

Oceanos ácidos

Há algum tempo, li um estudo sobre o assustador processo de acidificação dos oceanos. Trata-se do artigo “The darkening sea — What carbon emissions are doing to the ocean” (O escurecimento do mar — O que as emissões de carbono estão fazendo ao oceano), da jornalista norte-americana Elizabeth Kolbert, publicado na revista The New Yorker. Entre os vários estudos científicos destacados nesse trabalho, está o dos pesquisadores Ken Caldeira e Michael Wickett, em que demonstram os danos que o gás carbônico lançado na atmosfera causará sobre mais de 30% das águas e dos seres vivos do oceano, mudando completamente a face do mar e da Terra para sempre. O artigo inspirou a criação do videodocumentário A Sea Change: Imagine a World Without Fish (Mudança do mar: Imagine um mundo sem peixes), produzido pelo casal Barbara Ettinger e Sven Huseby. A produção já recebeu vários prêmios internacionais.

Enquanto lia o artigo de Kolbert, surpreendentemente, ouvi pela Super Rede Boa Vontade de Rádio (e sabemos que coincidências não existem) o estudo do Apocalipse*1 com a leitura dos trechos relativos à segunda e à terceira trombetas. Conforme o radialista Paiva Netto explica, as trombetas representam fatos políticos e fatos políticos guerreiros, e sempre se referem à terça parte de tudo. Essas duas, em particular, falam justamente sobre as águas dos mares e dos rios:

 

Segunda Trombeta (Apocalipse, 8:8 e 9)

“8 O segundo Anjo tocou a trombeta, e uma grande montanha ardendo em chamas foi atirada ao mar, cuja terça parte se tornou em sangue,

“9 e a terça parte das criaturas que vivem no mar morreu, e a terça parte das embarcações pereceu.”

Terceira Trombeta (Apocalipse, 8:10 e 11)

“10 O terceiro Anjo tocou a trombeta, e caiu do céu sobre a terça parte dos rios e sobre as fontes das águas uma grande estrela ardendo como tocha.

“11 O nome da estrela é Absinto; e a terça parte das águas se converteu em absinto, e muitos dos homens morreram por causa dessas águas, porque se tornaram amargosas.”

É impressionante observar como as cenas narradas no Apocalipse refletem bem o cenário caótico descrito, cientificamente, pela jornalista Elizabeth Kolbert.

Crianças da LBV de Teresina, PI, participam de ações de conscientização na Semana Mundial do Meio Ambiente, em 2019. (Foto: Edson Santos)

Resumi e traduzo a seguir alguns trechos do extenso artigo:

“Desde o início da revolução industrial, a humanidade tem queimado carvão, óleo e gás natural o suficiente para produzir algo em torno de 250 bilhões de toneladas de carbono. O resultado, como bem sabemos, tem sido a transformação da atmosfera terrestre. (…) Tamanho aumento vai elevar a temperatura global em algo em torno de 3 a 7 graus Fahrenheit [o que equivale a até 4 graus Celsius]. Isso, por sua vez, provocará uma sucessão de desastres, incluindo violentos furacões, secas fatais, o desaparecimento da maioria do gelo remanescente, o derretimento da calota ártica e a inundação de muitas das principais cidades costeiras do mundo. Mas tudo isso é somente a metade da história.

“Os oceanos cobrem 70% de toda a superfície terrestre e, em qualquer lugar onde a água e o ar entram em contato, há uma troca. Gases na atmosfera são absorvidos pelo oceano, que por sua vez libera gases na atmosfera. (…) Nos anos 1990, pesquisadores de sete países conduziram aproximadamente uma centena de expedições marítimas e coletaram mais de 70 mil amostras da água do mar, em diferentes profundidades e localizações. A análise dessas amostras, completada em 2004, mostrou que perto da metade de todo o dióxido de carbono emitido pela humanidade, desde o início do século 19, tem sido absorvido pelo mar.

“(…) Algo em torno de 120 bilhões de toneladas de gás carbônico já foram absorvidos pelos mares. Isso representa um aumento de 30% na acidez da água em toda a superfície dos oceanos. Esse processo é chamado de ‘acidificação do oceano’. Só neste ano, os mares absorverão mais 2 bilhões de toneladas de carbono e, no ano que vem, estima-se que outros 2 bilhões de toneladas sejam absorvidos.

“Por causa do lento ritmo de circulação nas camadas mais profundas do oceano e da vida longa do dióxido de carbono suspenso na atmosfera, é impossível reverter essa acidificação. Tampouco é possível impedir que ela continue aumentando. Mesmo que houvesse um jeito de deter imediatamente em todo o planeta a emissão de CO2, os oceanos continuariam a absorver o carbono que já está injetado na atmosfera até que as águas alcancem um equilíbrio com o ar. (…) Vai levar dezenas de milhares de anos para que a química do oceano retorne às mesmas condições que ocorriam na época pré-industrial.

“A humanidade, dessa maneira, montou em poucos anos um movimento gigantesco de mudanças, comparável ao das escalas geológicas. A questão mais importante agora é: como a vida marinha vai responder? Embora oceanógrafos tenham começado a estudar a questão somente há pouquíssimo tempo, suas descobertas já são perturbadoras”.

É triste encarar o que a humanidade tem feito com o planeta em que vivemos. A busca insana pelo lucro cega os homens, a ponto de desrespeitarem os animais e a Natureza e se atirarem ferozmente à própria destruição.

Paiva Netto prega que “só o Amor pode salvar a Humanidade” da extinção. Como sempre nos alerta, não se trata de pieguice, mas da única “estratégia de sobrevivência”*2.

Quando o mundo acordará para essa questão? Quando começará a debater seriamente o Amor Fraterno nas plenárias mundiais? Quando vai entender que nisto está a causa e que qualquer outra medida só atua na consequência? O perseverante aviso do escritor Paiva Netto não vem de agora. Encontra-se, pioneiramente, registrado em livros e na imprensa em geral há décadas. Esse compêndio se constitui num manual sobre como devemos tratar o grande ser vivo que nos abriga, o planeta Terra, que sofre, castigado pela covardia humana. Ilusão foi pensar que o orbe resistiria passivo a tanto abuso. Qualquer criança, desde a mais tenra idade, sabe que toda ação gera uma reação.

 

Esperança é ação no Bem

No começo da década de 1980, eu era só uma criança aprendendo a entender a vida, quando fui impactada por um gesto do educador Paiva Netto no início da construção da Supercreche Jesus*3, da Legião da Boa Vontade (LBV), em São Paulo, SP. Ele determinou que não fosse retirada uma árvore sequer do terreno onde seria feita a construção. O cenário no mundo era de completa alienação quanto a assuntos ambientais. A “lógica” do empreendedorismo capitalista só enxergava o valor do concreto construído por metro quadrado. O exemplo do Irmão Paiva deu sentido pleno às lições que eu aprendia na escola da LBV e me inspirou, ainda criança, a compor um pequeno poema; versinhos singelos, mas que já questionavam, na linguagem infantil, o abate que o planeta sofria. Faz mais de 30 anos… e o que me fez recordar esse episódio é saber que a consciência que o mundo busca alcançar, Paiva Netto tem construído há várias gerações, a começar pelo coração, até mesmo de uma criança. Agradeço a ele por ser essa voz que não se cala e que se sobrepõe ao grande barulho que hoje distrai o mundo.

 

Adriana Rocha, quando Soldadinho de Deus, da LBV.

Versinhos de Adriana, em 1980:

“Onde estão os nossos verdes

E os passarinhos a cantar?

Não se veem mais essas coisas.

Onde nós vamos parar?

Onde estão nossas palmeiras,

Que o vento fazia balançar?

Grandes florestas inteiras

O homem está a desmatar.

Ah! Mas há um alento.

Eu acabei de saber

Que na Supercreche Jesus

As árvores vão viver.

E os passarinhos vão cantar,

Felizes de gratidão,

A José de Paiva Netto.

Este sim é amigão”. 

 

________________

*1 Refere-se à série O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração, de Paiva Netto, transmitida pela Super Rede Boa Vontade de Comunicação.

*2 Tese de Paiva Netto apresentada no livro As Profecias sem Mistério (Editora Elevação, 2000), versão pocket, p. 370 e 34, respectivamente. Para adquirir, ligue: 0300 10 07 940 (custo de ligação local mais impostos) ou acesse amazon.com.

*3 A Supercreche Jesus, da Legião da Boa Vontade, foi inaugurada na capital paulista em 25 de janeiro de 1986.

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