Educação

Espiritualidade e os Quatro Pilares da Educação

Os Quatro Pilares da Educação passaram a integrar os eixos norteadores da política educacional a partir de 1996, quando a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) criou uma Comissão Internacional sobre a Educação para o século 21, resultando no relatório coordenado por Jacques Delors, intitulado: “Educação: Um tesouro a descobrir”.

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Sirlene Pessoa

Para que possamos abordar de forma eficiente o tema, vamos fazer uma reflexão sobre cada um dos pilares estabelecidos.

Primeiro Pilar: Aprender a ser

Iniciamos citando uma análise do educador Paiva Netto em seu livro É urgente reeducar! (2000): “(…) o Cristo, como o Pedagogo dos pedagogos, mostrou-nos, para comprovação, a potência que a Sua Sublime Palavra oferece aos que nela se fortalecem. (…) Trata-se da sempre nova, porquanto imortal, intelectualidade, acima de espaço-tempo conhecidos, que há de iluminar os colégios e universidades (…). O conhecimento que vem do Educador Celeste — para sublimar todas as vitórias humanas — é um triunfo diário (…) não unicamente no campo restrito à Religião, todavia na seara da Filosofia, da Ciência, da Economia, da Arte, do Esporte, da Política etc”.

Assim sendo, não visualizamos outra analogia a ser feita, senão com os ensinamentos do Maior dos Pedagogos, Jesus. Este pilar é a base filosófica. Aprender a expressar opiniões, desenvolver a personalidade do ser humano. O Divino Educador ensinou-nos a ser, quando no Seu Evangelho, segundo Mateus, 5:48, curou muitos enfermos e ensinou Seus princípios elevados por toda a Galileia, acerca de muitos assuntos; e neste capítulo, enfatizou como deveria ser o nosso comportamento com o próximo, afirmando que nada valeria se amássemos somente aqueles que nos amam, pois não estaríamos, também, fazendo nada além da nossa obrigação. O verdadeiro Amor vai muito além, inclui os nossos inimigos, por isso Ele concluiu: “Sede vós, pois, perfeitos, como perfeito é o vosso Pai que está nos céus”. Já é possível perceber e refletir quanto à participação de cada indivíduo nesse processo de mudanças. Desejo apenas não produz renovação. Por isso, é preciso iniciar ações coletivas que possibilitem reais transformações. Eis o caminho a ser seguido por todo educador consciente de sua nobre tarefa.

Segundo Pilar: Aprender a Fazer

Enfatizava o saudoso fundador da LBV, Alziro Zarur (1914-1979): “Jesus é o Maior Educador dos Povos”. Por isso, analisamos os Pilares da Educação tendo como referência os Seus ensinamentos, que são as normas de convivência da sociedade.

Esse Segundo Pilar da Educação é a base instrumental. Aprender a fazer é aprender a qualificar, correr o risco de errar, executar, descobrir, pensar e agir. No Seu Evangelho, segundo Lucas, 10:28, Jesus, ao ser colocado a prova por um intérprete da lei, quando este o interroga quanto ao que poderia ele fazer para herdar a Vida Eterna, responde perguntando: “O que está escrito na lei?”, e o intérprete diz que é “amar ao Senhor teu Deus de todo o coração e de toda a sua alma e ao seu próximo como a ti mesmo”. Então, sabiamente, Ele lhe diz: “Respondeste corretamente; faze isso e viverás”. Jesus contou a Parábola do Bom Samaritano (Evangelho de Jesus, segundo Lucas, 10:25 a 37), exaltando a importância da prática do Bem, da vivência dos bons sentimentos, da misericórdia que cada um deve ter com seu semelhante.

Sabemos que muito já se caminhou na área educacional, no entanto percebemos ainda uma lacuna, pois não basta a aquisição do conhecimento, é preciso saber usá-lo como fez o samaritano, que mesmo pertencendo a uma classe social de “excluídos” daquela época, contribuiu para o progresso da sociedade humana ao promover o seu autodesenvolvimento, por considerar-se um Espírito em evolução, ou seja, um autêntico Cidadão Ecumênico. Ainda se percebe uma carência de valores e de seus parâmetros para interpretar a realidade.

Por isso, asseverou o Pastor Martin Luther King Jr. (1929-1968): “Aprendemos a voar como os pássaros e a nadar como os peixes, mas não a arte de conviver como irmãos”. Conviver como Irmãos, nos dias em que vivemos, se torna uma “arte”, pois, muito pior do que as guerras externas são as internas, que ocorrem no íntimo de cada ser, as quais são demonstrações de sentimentos ruins, como o medo e a incerteza que explode em todos os lugares.

Afirmou George Bernard Shaw (1856-1950): “Não é possível progresso sem ocorrerem mudanças. E quem não conseguir transformar-se a si próprio não modificará coisa alguma no mundo”. Oferecer às crianças, desde cedo, uma formação que as esclareça sobre o real sentido da vida, proporcionando-lhes um conhecimento globalizado em busca de seu autoconhecimento como ser integral, é o dever de todo educador. Como destaca o escritor Paiva Netto: “(…) além de instruir e educar, principalmente reeducar, o que significa dizer: iluminar a instrução comum com o luzeiro da Espiritualidade Ecumênica”. Todos devem aprender a fazer, mas, fazer certo.

Terceiro Pilar: Aprender a Conhecer

A fundamentação desta análise são os ensinamentos de Jesus, registrados no Seu Evangelho pelos Apóstolos. Aprender a conhecer é a base científica. Aprender a pesquisar, selecionar. No Evangelho, segundo João, 8:32, o Cristo, orientando aos que O seguiam, falou sobre o que interessa. Ao defender a Sua Missão e Autoridade, Jesus dizia aos judeus que haviam crido Nele, que se permanecessem com Fé em Suas palavras seriam Seus discípulos e receberiam o mais profundo e valioso de todo o conhecimento: Ele assim indicava: “Conhecereis a Verdade [de Deus], e a Verdade [de Deus]* vos libertará”.

A aquisição do conhecimento deve ser sempre justificada, ou seja, mostrar e apontar novas possibilidades de crescimento e elevação, em que o indivíduo se responsabiliza ao aprender.

Observemos o que disse Jesus: “Conhecereis a Verdade [de Deus]…”, e em seguida esclarece o porquê: “… e a Verdade [de Deus] vos libertará”, ou seja, o conhecimento deve conduzir o indivíduo à sua libertação espiritual. Para que o conhecimento na Educação conduza o indivíduo ao processo evolutivo, é necessário atingir um ponto de equilíbrio, oferecendo um ensino que atenda às necessidades do intelecto e do coração. Isto acontece à medida que aumenta a percepção espiritual do educando, permitindo mais a sua aproximação com o Criador.

Afirma o educador Paiva Netto, em seu livro As Profecias sem Mistério (1998): “Na existência terrena uns chegam a Deus pelo intelecto, num caminho talvez mais demorado; outros, pela intuição e por isso vão mais rápido. A humildade é fator preponderante para o aceleramento da subida de um Espírito na direção de Deus, da Criatura rumo ao seu Criador”.

É preciso, portanto, com humildade aprender a conhecer, para que cada um possa exteriorizar sua luz própria, formando um conjunto de valores íntimos; interfere em seu ambiente, fazendo com que a Espiritualidade seja cada vez mais perceptível. Os educadores têm o dever de motivar o intelecto de seus alunos, permitindo que conheçam o mundo, mas também devem estimular o desenvolvimento da intuição, já que por meio dela ocorre o discernimento das coisas espirituais: Este é o caminho para a formação de um ser integral.

Quatro Pilar:  Aprender a Conviver

Este Quarto Pilar representa a base sociológica. É uma das mais importantes colunas da Educação, pois trata do relacionamento interpessoal. Aprender a lidar com os outros, conviver em sociedade, com compreensão e respeito. Relacionando este Pilar com os ensinamentos de Jesus, identificamos no Evangelho do Cristo, segundo João, 13:34 e 35, uma passagem na qual o Divino Mestre resume Seus ensinamentos, quando ordena aos discípulos: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos”. Por meio de Seu Novo Mandamento, o Cristo de Deus estabeleceu a norma de vida do ser humano, ensinando, por meio de Seus exemplos, a convivência pacífica em sociedade, ou seja, que todos deveriam conviver em Paz com seus semelhantes. Este acontecimento se deu um pouco antes de Jesus ser crucificado, quando comemorava a Páscoa e dividia o pão com Seus discípulos. Curioso que, logo após a Sua ressurreição, Ele aparece aos mesmos apóstolos e lhes ordena: “Ide e pregai pelo mundo minha Boa Nova a toda criatura, dizendo que é chegado o Reino de Deus” (Evangelho, segundo Marcos, 16:15). Ora, simplesmente ordenara que levassem a Sua palavra, Seus ensinamentos, enfim, Seu Novo Mandamento para que pudessem gerar bons frutos pela Humanidade.

Nos dias atuais, observamos as ordens do Divino Educador sendo cumpridas a contento quando um administrador é competente em sua tarefa de administrar, um educador é eficaz na sua responsabilidade de formar um indivíduo íntegro, quando uma mãe de família a conduz bem, para a ética, a moral, a convivência pacífica, contribuindo assim para a expansão desse ambiente harmonioso, permitindo a materialização das normas do governo de Jesus na sociedade, começando pelo lar.

Vivemos um período de individualismo exacerbado. Portanto, é necessário e urgente que ressurja em cada um o espírito de Solidariedade agregado à responsabilidade, no Brasil e no mundo, em todos os segmentos sociais, mas, principalmente, no educador, que possui mais diretamente a tarefa de atuar na construção de uma Sociedade Solidária Altruística Ecumênica, contribuindo na formação de crianças que saibam conviver fraternalmente.

 


*1 Sirlene Pessoa é Pedagoga, de São Paulo, SP.

*2 Complemento incluído pelo saudoso Irmão Alziro Zarur nesse versículo bíblico.

 

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