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Paiva Netto escreve: O Despertar Espiritual de uma Honrosa Missão

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Em 1953, quando tinha 12 anos, recebi na porta de casa, no bairro do Encantado, no Rio de Janeiro/RJ, das mãos de uma bela senhora negra, que caminhava debaixo de um sol escaldante, opúsculo editado pela Legião da Boa Vontade, explicando o que era a LBV. Sensibilizado, retribui-lhe com um copo d’água. Na publicação, de excelente conteúdo, estava descrito o ideal que eu almejava desde mais novo. E, ao final, li: “Alziro Zarur”. Exclamei, então, comigo mesmo: Meu Deus, que nome sonoro!

 

Dia de São Pedro e São Paulo

Passaram-se três anos e amanhecia 29 de junho de 1956 — Dia de São Pedro e São Paulo. Era uma sexta-feira, e, como se estava no meio do ano, não fazia calor tão forte, o que era frequente no antigo Distrito Federal. Nasci na cidade do Rio de Janeiro, em 2 de março de 1941. Com 15 anos, num gesto intuitivo, liguei meu aparelho de rádio. Estava no ar a Tamoio. Vivíamos os festejos juninos. Surpreso, ouvi os acordes de uma tradicional canção natalina: Noite Feliz!, de Joseph Möhr (1792-1848) e Franz Grüber (1787-1863). Virei-me para minha saudosa mãe, Idalina Cecília de Paiva (1913-1994), e exclamei: Mãe, que coisa interessante! Música de Natal em junho?! Que curioso! Vejam como o Irmão Zarur (1914-1979) era marqueteiro, fazia o marketing do Cristo. Isso que é criatividade!

A Rádio Tamoio veiculava, naquela hora, o programa Campanha da Boa Vontade. E logo vibrou a palavra do Fundador da LBV.

 

Diapasão Celeste

Esse fato mudou a minha vida, tal qual a de tantos outros que aguardavam algo que lhes falasse o que precisavam ouvir a respeito de Quem, no dizer de João Batista, nem somos merecedores “de limpar-Lhe o pó das sandálias”: Jesus (Evangelho, segundo Marcos, 1:7). Zarur entoava o “Glória a Deus nas Alturas, Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade!” (Boa Nova, consoante Lucas, 2:14).

Naquela hora, como que um raio desceu sobre mim, mas não me fulminou. Pelo contrário. Percebi que não sou apenas um produto da carne, posto que certa mentalidade por aí faz alguns pensarem que este mundo seja um açougue. Tenho Espírito. Não em resultado de combinações químicas cerebrais, porquanto a inteligência se situa além do corpo, como que havendo uma mente psíquica fora do cérebro somático. (…) A partir daquele momento, o que foi despertado em mim não poderia surgir de um pedaço de matéria que, um dia, se transformará na rebelião famélica dos vermes. Ah! Somos alguma coisa bem superior, que sintoniza as estrelas! É essencial ter, portanto, em nós um diapasão que ressoe na grandeza de sua melodia.

Em minha memória formou-se, então, a cena de três anos antes (1953), quando li o opúsculo da LBV. Determinado, depois de encontrar o primeiro movimento inter-religioso promovido pela Cruzada de Religiões Irmanadas*, virei-me para minha saudosa mãe e, decidido, sentenciei: Mãe, é com esse que eu vou! Meu coração fora despertado para este Sublime Ideal, que tinha mudado minha vida e não poderia ser esquecido ou guardado.

Por isso, no mesmo dia, saí, guiando minha bicicleta, para expandir esse trabalho de Boa Vontade, que tocou meu coração, e, ainda, pedir donativos para a LBV. Passei, a partir desse instante, a colaborar voluntariamente para a Entidade, realizando campanhas para a aquisição da antiga Rádio Mundial — que se tornaria a Emissora da Boa Vontade, de 1956 a 1966 — e para auxiliar o Natal Permanente da LBV, o Natal diário para a fome (espiritual e material) do povo, que também é diária.

Ninguém faz nada sozinho

Aprendi nestes anos de vida legionária que ninguém faz nada sozinho. No meu 65o aniversário de serviços prestados a esta Obra — que luta ininterruptamente “por um Brasil melhor e por uma humanidade mais feliz” —, compartilho também essa marca com todos os que, com suas preces e apoio às nossas iniciativas, formam a grande Família da Boa Vontade de Deus.

Em 28 de junho de 1957, determinado a conhecer Alziro Zarur, o jovem Paiva Netto, acompanhado de sua irmã, Lícia Margarida de Paiva (1942-2010), foi ao orfanato onde este residia quando era solteiro. Naquele tempo, apesar da vocação para a Medicina, decidiu consagrar-se a uma jornada espiritual ao lado de Zarur, com quem falou pessoalmente pela primeira vez na Casa de Luciá, um orfanato para meninas, no bairro carioca do Lins, que foi fundado e dirigido por uma dedicada portuguesa, a saudosa dona Rosa Leomil.

Quando Paiva Netto bateu no portão da casa, às oito da noite, veio um jovem atender. Depois de ele anunciar que desejava falar com o senhor Alziro Zarur, o porteiro não queria deixá-lo entrar, porque, segundo este, o Fundador da LBV estava descansando. Porém, o futuro líder da Instituição, destemido, colocando o pé no pesadíssimo portão de ferro para que o jovem não o fechasse, insistiu em que este os anunciasse a Zarur. Meio a contragosto, lá foi o rapaz dar o recado. Minutos depois, ele voltou e disse que Zarur os receberia. Surgindo numa pequena sacada, Alziro Zarur virou-se para Paiva Netto e, num impressionante gesto de afinidade espiritual, exclamou, conforme narra o Diretor-Presidente da LBV: “Zarur disse-me, de surpresa: ‘Ô rapaz, até que enfim apareceste. Há quanto tempo eu estava te esperando!’”

Desde então, Paiva Netto passa a colaborar ativamente para o trabalho da LBV e torna-se o principal assessor de Zarur. Mais que isso, foi um amigo fiel durante as quase duas décadas e meia em que conviveram diretamente e mesmo após o retorno do Fundador da LBV à Pátria da Verdade, porque “o Espírito continua vivo, visto que os mortos não morrem”, como sempre afirma o líder das Instituições da Boa Vontade.

Refletindo sobre tudo o que ocorreu depois daquele encontro, Paiva Netto observa: “Nesse período, fui crescendo até ser alçado [por Zarur] à posição de secretário-geral da Legião da Boa Vontade (cargo equivalente ao de vice-presidente), que ocupava quando do seu passamento, a 21 de outubro de 1979”.

 

* Cruzada de Religiões Irmanadas — Alziro Zarur (1914-1979), saudoso Fundador da Legião da Boa Vontade, criou e presidiu a pioneira Cruzada de Religiões Irmanadas, cuja primeira edição oficialmente ocorreu em 7 de janeiro de 1950, no salão do Conselho da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), na capital fluminense, após sucessivas reuniões preparatórias realizadas no mesmo local, nos meses de outubro, novembro e dezembro de 1949, na sala da diretoria daquela prestigiada Associação. Com esse feito, Zarur antecipou-se ao que mais tarde viria a ser chamado de relacionamento inter-religioso. Em 7 de outubro de 1973, proclamou a Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, em Maringá/PR, Brasil.

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