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Por Paiva Netto
Modo noturnoA primeira Cruzada de Religiões Irmanadas, conduzida pelo saudoso Fundador da Legião da Boa Vontade, Alziro Zarur (1914-1979), em 7 de janeiro de 1950, marca o início prático dos debates sobre o abrangente entendimento do Ecumenismo Irrestrito e Total trazido pelas Instituições da Boa Vontade.
Nesta edição, o escritor Paiva Netto destaca a atuação da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo nas recentes atividades de integração das religiões, com destaque para a importante criação do Comitê Nacional de Diversidade Religiosa, que teve como local escolhido para sua formalização o Templo daBoa Vontade, em Brasília/DF, com grande repercussão na mídia.
Mas qual é a finalidade de as criaturas manterem-se unidas na diversidade que as caracteriza? Um dos propósitos seria somar forças no combate aos grandes inimigos sociais. É o que o Irmão Paiva sugere no subtítulo “Armagedons, desperdício e crack”, no qual destaca: “Os problemas têm solução quando os seres humanos realmente se dispõem a resolvê-los com Boa Vontade. É uma questão de respeito ao divino privilégio de existir”.
Estude, emocione-se e compartilhe os ensinamentos deste artigo, que comemora os 31 anos da revista JESUS ESTÁ CHEGANDO!.
Boa leitura!
Os editores
Em 21 de janeiro de 2013, ocorreu na Cinelândia, no Rio de Janeiro/RJ, importante iniciativa inter-religiosa: o “Cantando a gente se entende”. O evento, que celebrou o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, foi promovido pela Comissão contra a Intolerância Religiosa (CCIR) e teve o apoio da Globo-Rio.
A Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo participou do ensejo com estande, apresentações musicais, culturais e celebrativas.
Ainda na segunda-feira, 21/1, a Igreja Ecumênica da Religião Divina em São Paulo/SP foi igualmente palco de fraterna solenidade em prol da Paz, incentivando a união de todos pelo bem de todos.
Na terça-feira, 22/1, no Templo da Boa Vontade, em Brasília/DF, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH) realizou ato ecumênico pelo Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa e pelo Dia Mundial da Religião.
O brilhantismo desses três eventos está na participativa presença de diversas tradições religiosas e espirituais.
O nosso contributo teve como fundamentos o Ecumenismo Irrestrito, o Ecumenismo Total, o Ecumenismo dos Corações e o Ecumenismo Divino. São quatro pilares que vimos desenvolvendo em ações práticas desde janeiro de 1950, quando Alziro Zarur (1914-1979) começou no Brasil, na sede da ABI, Associação Brasileira de Imprensa, o diálogo inter-religioso com a Cruzada de Religiões Irmanadas.
Na Nave do Templo da Boa Vontade, o Templo da Paz, em Brasília/DF, o ato pelo Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa e pelo Dia Mundial da Religião também marcou oficialmente a instalação do Comitê Nacional de Diversidade Religiosa, com a assinatura da portaria governamental pelos ilustres ministros de Estado presentes: dr. Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, e dra. Maria do Rosário Nunes, da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), representando a presidenta Dilma Rousseff. A convite da SDH, também assinaram o documento todos os religiosos que prestigiaram a solenidade. Pela Religião de Deus estavam, em meu nome, ministro-pregador Émerson Damásio e meu filho Alziro de Paiva.
A ministra Maria do Rosário declarou:
— O que desejamos para o Brasil, neste ano de 2013, é a coerência, um encontro que há entre o sentimento da presidenta Dilma Rousseff e o sentimento de vocês; o sentimento de um Brasil unido, onde sejamos capazes, sempre, cada vez mais, de assumir os desafios de construção da Paz, todos os dias — que significa justiça social (não naturalização da violência) —, de respeito à diversidade e de entendimento amplo do que significam, enfim, direitos humanos.
Em seu discurso, comentou o ministro Gilberto Carvalho:
— Nem preciso dizer da conveniência de estarmos reunidos com esse objetivo, de estimular o diálogo, a Cultura de Paz, justamente num Templo que é destinado para o cultivo da Paz, lugar de acolhida de tantos milhões de pessoas, que vêm em busca da Paz espiritual e da Paz do mundo. (…) Em nome da presidenta Dilma, tanto a ministra Maria do Rosário quanto eu estamos aqui exatamente para lhes dizer, para firmar a vontade clara do governo brasileiro de nos incluirmos nessa perspectiva da Cultura de Paz. (…) A nossa palavra, portanto, de gratidão às lideranças religiosas, às lideranças espirituais que estão aqui, representando os seus grupos, é de um convite para que continuemos nessa perspectiva. Como diz muito bem o Irmão Paiva Netto: “Religião não rima com intolerância”. (…) Essa iniciativa [o Comitê Nacional de Diversidade Religiosa] contribui para esse diálogo, para a construção dessa verdade múltipla que vai chegar a Deus e chegar à Paz.
Na mesma data, extraímos uma lição do depoimento de dona Zulmira Inês Lourena Gomes da Costa, representante do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil (Conic):
— A pessoa pode na escola, no ônibus, em qualquer lugar, sentar-se ao lado de outra e conversar. Mas por que, quando falam de suas confissões religiosas, isso serve para separá-las?
Fortaleçamos, portanto, a partir da Religião, o aprendizado do respeito, que deve reger a convivência humana.
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Aprendamos a reverenciar a Vida, do contrário a deusa morte multiplicará o seu trabalho. Foi o que reafirmei, em 1991, na Serra do Pilar, em Vila Nova de Gaia, Portugal, gravando o programa Boa Vontade, para a Rede Bandeirantes de Televisão, do Brasil.
Muita gente pensa que o Armagedom (Apocalipse de Jesus, 16:16) se refere apenas à possibilidade de guerra nuclear, química, bacteriológica, cibernética, ou a um desastre cataclísmico extraordinário, com data marcada. Mas qualquer desrespeito às criaturas, que nem mesmo podem defender-se no útero materno contra o crime do aborto, é um Armagedom. O crime organizado é um Armagedom. O analfabetismo material e espiritual é um Armagedom. A implosão da família é um Armagedom. O avanço tecnológico sem o espírito de solidariedade social é um Armagedom. O fanatismo religioso é um Armagedom. O materialismo desbragado é um Armagedom. A fome é um Armagedom. O Armagedom está à nossa mesa: os vegetais cheios de agrotóxicos, as carnes repletas de antibióticos e hormônios. O Armagedom reflete-se nas águas poluídas dos oceanos, lagos, rios e fontes. Os flagelados da seca e das inundações padecem um Armagedom. Sair às ruas para o serviço, o estudo ou a diversão sem a certeza de um retorno tranquilo ao lar, diante da violência e da insegurança que por toda parte hoje se manifestam, o que é isso senão um Armagedom? A falta de Amor nos corações é um gerador de Armagedons. As pessoas ficam esperando o Armagedom, e ele já está aí… criado por nós.
E vejam só a conclusão do recente estudo inglês “Global Food; Waste not, Want not”, que constitui outro inacreditável Armagedom. Ele aponta que a cada ano cerca de dois bilhões de toneladas de alimentos têm como destino o lixo. É simplesmente metade da comida do planeta. Esses números, sobre o desperdício que ocorre no mundo, revelam paradoxo capaz de questionar nossa própria condição de civilizados.
Entretanto, os problemas têm solução quando os seres humanos realmente se dispõem a resolvê-los com Boa Vontade. É uma questão de respeito ao divino privilégio de existir. Por isso, aqui se encaixa como uma luva este pensamento de Henry Ford (1863-1947), que certa vez definiu a Boa Vontade como a maior força da Vida:
— Os tempos de riqueza não nascem por acaso. Surgem como resultado de muito esforço e pertinácia.
Esse mesmo empenho devemos empregar no combate às drogas, que infelicitam tantas famílias, e na devida reabilitação dos seus usuários. O crack, o álcool, o tabaco, só para citar alguns, são, portanto, lamentáveis Armagedons a serem superados. Diz uma campanha do governo brasileiro:
— Com o compromisso de todos é possível vencer o crack.
Eis uma consciência imprescindível em qualquer frente de trabalho.
Digo sempre aos jovens na LBV:
Quanto mais perto de Jesus, mais longe dos problemas.
No Evangelho do Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, encontramos excelentes diretrizes do comportamento ideal para a vivência em sociedade, tendo o bom senso como guia de todas as horas.
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Do livro Paiva Netto e a Proclamação do Novo Mandamento de Jesus, a saga heroica de Alziro Zarur (1914-1979) na Terra, primeira publicação da Academia Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista:
Dias depois da fundação (da Legião da Boa Vontade, em 1o de janeiro de 1950, Dia da Confraternização Universal), outro gigantesco degrau foi alçado no campo da convivência inter-religiosa por meio da pioneira Cruzada de Religiões Irmanadas, cuja primeira edição oficial ocorreu em 7 de janeiro daquele ano, no salão do Conselho da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro/RJ, após sucessivas reuniões preparatórias realizadas no mesmo local, nos meses de outubro, novembro e dezembro de 1949, na sala da diretoria daquela prestigiada Associação. No encontro, falaram sete oradores dos mais diversos segmentos: Salustiano César, reverendo protestante; Teles da Cruz, católico; Murilo Botelho, esotérico; Leopoldo Machado, espírita; Eugênio Figueiredo, livre-pensador; Samuel Linderman, judeu; e Ascânio de Farias, positivista. Convocou e dirigiu a memorável sessão Alziro Zarur, fundador da Legião da Boa Vontade. A partir dali, a LBV viu o seu ideal de solidariedade, altruísmo e ecumenismo sem fronteiras conquistar corações e harmoniosamente congregar pensamentos de religiosos, filósofos, cientistas e ateus. Crescia a cada reunião no Salão da ABI o número de pessoas presentes. Herbert Moses (1884-1972), o empreendedor presidente da Associação Brasileira de Imprensa, que construiu a famosa sede da heroica Casa do Jornalista, surpreso com o sucesso daqueles encontros, declarou:
— Zarur fez um verdadeiro milagre juntando tantos inimigos cordiais na LBV.
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