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O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração (A Série - Oitavo Capítulo)
Por Paiva Netto
Modo noturnoSer multiplicador da revista JESUS ESTÁ CHEGANDO! proporciona a você e a quem recebe a publicação ecumênica da Religião de Deus o benefício espiritual da leitura da série O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração, feita pelo jornalista, radialista e pesquisador das Escrituras Sagradas Irmão Paiva Netto.
Nascidas de suas palestras de improviso no rádio e na TV, no período de outubro de 1990 a fevereiro de 1992, essas explanações sobre o Livro das Profecias Finais recebem por parte dele a lapidação de exímio estilista. O autor enriquece substancialmente o seu trabalho original, fazendo uso de adendos, comentários e passagens do Antigo e do Novo Testamento, o que reforça o seu conceito de que a Revelação Divina permeia toda a Bíblia Sagrada, convidando-nos à análise da profunda e fascinante simbologia do Apocalipse.
A expressão da mais fiel Testemunha de Deus e o mérito de ser o Primogênito dos mortos, qualidades de Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, são questões magistralmente apresentadas pelo escritor, tendo como fundamento a Unidade do Filho no Pai.
Bom estudo a todos.
Os Editores
Minhas amigas e minhas irmãs, meus irmãos e meus amigos,
Moisés, o grande legislador hebreu, no capítulo 32 do livro Deuteronômio, versículo primeiro, no Antigo Testamento da Bíblia Sagrada, registra o seu pedido de atenção às potestades celestes — e ao povo que o acompanhava — para o que tem a proferir:
— “Inclinai os ouvidos, ó céus, e falarei; e ouça a terra as palavras da minha boca”.
Já imaginaram o impacto dessas afirmativas sobre a multidão presente naquele cenário escaldante do deserto? A majestade do vasto firmamento comovendo-as, apesar do intenso calor? Trata-se da visão magnífica, notável, do céu sem limites!
Isso realça a imponência nascida do conteúdo da pregação que está sendo feita, do espírito daquilo que é revelado para sacudir a intimidade das pessoas. Não quer dizer que, quando formos pregar, sejamos soberbos. A magnitude é de Deus, não nossa. A humildade é a chave do bom entendimento*1.
Por que estudamos aprofundadamente o Poder e a Autoridade de Jesus?
Alziro Zarur (1914-1979), Proclamador da Religião de Deus, contava que o padre Antônio Vieira (1608-1697), quando tomava conhecimento de algum ataque de que fora vítima, primeiro perguntava,
— “Quem foi que disse?!”.
O efeito da crítica varia de significado consoante as condições morais, culturais ou espirituais de quem as pronuncia ou vive. De acordo com a qualidade do eventual oponente, o venerado religioso e orador sacro considerava se valia a pena responder-lhe ou não. Bem que, aqui entre nós, ele não era muito de ficar calado. Convém juntar à ponderação do famoso autor dos Sermões o conceito do respeitado filósofo, matemático e físico francês René Descartes (1596-1650):
— “Quando me fazem uma ofensa, procuro erguer minha alma tão alto que a injúria não pode alcançá-la” *2.
Touché!
No tocante ao Livro das Profecias Finais, alvo de tantas censuras apressadas, é que me pronunciei acerca do incomparável valor que ele possui, justamente por originar-se em Deus e ter sido entregue por Jesus a João por intermédio de um Anjo (Espírito Superior). Nada mais elevado que isso: a Revelação Profética é oriunda dos Páramos Celestes.
Tenho ensinado aos Jovens Militantes da Religião de Deus, do corpo e da Alma, que não é produtivo ler livros simplesmente, mas analisá-los de preferência em Espírito e Verdade à luz do espiritualmente revolucionário Novo Mandamento do Cristo Ecumênico, o Sublime Estadista, a estrutura de um mundo novo (Evangelho segundo João, 13:34 e 35; 15:12,13 e 9). Por quê?! Porque — não se esqueçam, por favor, e nisso aprofundem o raciocínio — o governo da Terra começa no Céu. No Céu! Isso é, sociologicamente falando para os que têm “olhos de ver e ouvidos de ouvir” *3, mais impactante do que foi o surgimento do Iluminismo, do Modernismo e da doutrina de Marx (1818-1883), por exemplo. Não foi pois sem motivo que Alziro Zarur marcou o Mandamento de Jesus como “Chave da Vida e Chave da Morte” (ensinamento que foquei no número 86 de JESUS ESTÁ CHEGANDO!).
A afirmação que acabo de proferir pode parecer exagerada aos meus irmãos excessivamente racionais, mas não é. Basta que, sem negativas a priori, sem preconceitos intelectuais bastantemente cômodos, raciocinem acerca da importância da Alma. Já que falei em Alma, vem-me a juízo esta ponderação: vez por outra, surge um pensador que alegremente se apresenta contrário à realidade do Espírito e da Vida eterna. Desde menino, aprendi que um dos fundamentos da notável Ciência, que tanto progresso tem trazido aos povos, é a prova. Sim, uma comprovação que seja! Então, como um homem científico pode negar, alguns rudemente, a perenidade da Vida, que se prolonga pelo Mundo (ainda) Invisível, se ele nem ao menos morreu?! (risos). E se alguém, num repto, declara que eu igualmente, por enquanto, não passei desta para melhor (risos), contraponho-lhe o seguinte: pelo menos, sem ideia preconcebida, lancei-me humildemente ao estudo de pesquisadores renomados que, com grande autoridade, averiguaram em termos comprobatórios a expectativa da continuação da existência, não como carne, mas, sim, Espírito. E esses estudiosos que analisaram os fatos não temeram enfrentar, ao defender as suas conclusões pioneiras, o status quo da física convencional e, não raro, condicionada quando o assunto em pauta é o Espírito. No campo do pensamento não pode haver limites dogmáticos e é de bom alvitre um pouco de bom humor civilizado.
A questão é vital, visto que a todo momento o Apocalipse trata da veracidade do Plano Invisível, portanto da manifestação e da incessante permanência da Alma. E Deus, que não tem princípio nem fim, é Espírito. Leiam o Gênesis mosaico, 1:2:
— “(…) E o Espírito de Deus vagava sobre a face das águas”.
E para arrematar por agora o tema, não nos esqueçamos do que Jesus afirmou à samaritana junto ao Poço de Jacó, no Evangelho segundo João, 4:24:
— “Deus é Espírito”.
Como sei da vontade de Vocês, voltaremos a esse ponto, trazendo, dentro do possível, os nomes e as teses deles, na pregação que, em outras ocasiões, lhes estou fazendo: “Ciência do Espírito”.
Nosso destino não termina no fedor do túmulo. Estamos diante de um formidável Renascimento Espiritual, que tem o comando direto do Cristo de Deus.
André Luiz, por psicografia, já fizera esta revelação:
— “A Legião da Boa Vontade é a nossa caravana de agora. Não nos iludamos: Jesus segue na vanguarda do nosso movimento! (…) E, mesmo atados à cruz do sacrifício, e sob os grilhões da nossa falta de iluminação espiritual, atendamos ao chamado do Cristo, não nos compreendendo por heróis ou por santos, mas como simples trabalhadores dedicados da imensa e santificante Legião da Boa Vontade evangélica”.
Quanto ao senso crítico espiritual na análise dos textos sagrados, no caso do Apocalipse, devemos proceder da mesma forma: saber quem é o Autor (Jesus Cristo) que reveste da própria Sabedoria de Deus o último livro da Bíblia.
A partir dessa explicação, vamos prosseguir com o exame do seu capítulo primeiro, descrito pela sensitividade do Evangelista-Profeta João e por força da autoridade de Jesus, que é “Um com o Pai”. Se bem que a mensagem reveladora já tenha proveniência em Deus. Lê-se logo nos versículos iniciais do extraordinário Texto Profético:
“1 Revelação de Jesus, o Cristo, que Deus Lhe deu para mostrar aos Seus servos as coisas que em breve devem acontecer, e que Ele, enviando-as por intermédio do Seu Anjo, notificou ao Seu servo João,
“2 o qual atestou a Palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo, quanto a tudo o que viu.
“3 Bem-Aventurados aqueles que leem e aqueles que ouvem as palavras da profecia deste Livro e guardam as coisas nele escritas, pois o tempo está próximo” *4.
Vimos anteriormente que Apocalipse vem do grego e significa Revelação. O Autor é Jesus Cristo, que por Si só justifica todo o seu sublime sentido. E essa importância aumenta quando ficamos sabendo em seguida que foi Deus Quem transmitiu a Jesus a Revelação. Para quê?! Para mostrar aos Seus servos
“1 (…) as coisas que em breve devem acontecer, e que, pelo Seu Anjo, Jesus as enviou e as notificou a João, Seu servo.”
Portanto, o Apocalipse, antes de tudo, é de Deus. Há aqui uma filigrana a ser destacada: quando Vocês afiançam que o Apocalipse é do Cristo, estão certos porque levam em consideração altíssima as Palavras de Jesus sobre Ele e o Pai formarem uma Unidade indissociável.
— “Eu e o Pai somos Um” (Evangelho consoante João, 10:30).
E o Apocalipse — é bom reiterar, porque isto não pode ser esquecido — vem da parte de Deus.
Vejam, ainda no versículo segundo, a relevância do depoimento do fiel vidente do Apocalipse: nonagenário, passou a vida inteira suportando açoites psicológicos e físicos. Imaginem o que João sofreu! Estava preso na ilha de Patmos por determinação de Domiciano (51-96), cruel imperador de Roma. No entanto, João, varão de Plutarco — quer dizer: um homem valoroso — não negou o testemunho de Jesus, porquanto descreveu o que espiritualmente tinha recebido, sem se importar se seria mal julgado, até por sacerdotes em pleno século 20 (estávamos em 1990), que acham que tudo foi um delírio do Evangelista-Profeta. Ao contrário, representou notável êxtase instrutivo, repleto de intensa seriedade espiritual, moral, social, naturalmente humana.
—“2 o qual atestou a Palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo, quanto a tudo o que viu.”
Foi justamente João quem, no exílio de Patmos, testificou toda essa Verdade contida no Livro Profético!
Que maravilha! O versículo terceiro do capítulo primeiro é uma Bem-Aventurança para quem o lê. Não se trata de um anátema em si mesmo. O Apocalipse não deseja a derrota de ninguém. Pelo contrário, demonstra o que fora assinalado por Ezequiel, em seu livro, no Antigo Testamento da Bíblia Sagrada (33:11):
— “Tão certo como Eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se converta do seu caminho e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos (…)”.
O Livro das Profecias Evangélico-Apocalípticas solenemente adverte, isto sim, quanto ao trágico (ou feliz) resultado do mau (ou bom) comportamento individual ou coletivo. Veremos lá adiante. Sob alguns aspectos, todo o mundo receberá um pouco, ou bastante, do que vai advir sobre os povos, conforme o próprio merecimento. Ou será que ainda existem muitos desavisados defensores do reino da irresponsabilidade?! É loucura, hein! Não há grupamento, ou nação, que consiga impunemente sobreviver a tanto descalabro!
E agora a bênção que corresponde ao terceiro versículo do capítulo primeiro, portanto logo no início do Livro que tanta gente até hoje teme, quando deveria reverenciá-lo, porque é, de acordo com o que já analisamos, uma Carta de Amor que Deus misericordiosamente nos endereça. Ora, só quem verdadeiramente ama alerta o ser amado. E o Pai Celestial, Criador Supremo, ama da mesma forma todos os Seus filhos. Se isso lhes parece uma incongruência, por favor, deem-se o cuidado de ler, com toda a atenção, o Livro das Profecias Finais — que Zarur chamava de “o Evangelho Moderno” — e a Boa Nova de Jesus segundo Mateus, Marcos, Lucas e João. Contudo, peço-lhes licença para trazer uma simples sugestão: avaliem, sem preconceitos, a Lei das Vidas Sucessivas, sem jamais considerá-la um ato de tirania celeste, pois, com certeza, trata-se de renovada oportunidade que Deus concede aos Seus filhos para que alcancem dignamente a redenção.
No capítulo “Reencarnação”, de Missionários da Luz, de André Luiz, na psicografia do Legionário da Boa Vontade Chico Xavier*5, o orientador espiritual Alexandre faz este importante esclarecimento sobre o tema:
— “A reencarnação é o curso repetido de lições necessárias. A esfera da Crosta (terrestre) é uma escola divina. E o amor, por intermédio das atividades intercessórias, reconduz diariamente ao banco escolar da carne milhões de aprendizes”.
Anteriormente, o instrutor já dissera:
— “As provas de resgate legítimo inclinam a alma encarnada a situações periclitantes e difíceis na recapitulação das experiências; todavia, não obrigam a novas quedas espirituais, quando dispomos de verdadeira boa vontade no trabalho de elevação. O aprendiz aplicado pode ganhar muito tempo e conquistar imensos valores se, de fato, procura conhecer as lições e pô-las em prática. A justiça divina nunca foi exercida sem amor. E quando a fidelidade sincera ao Senhor permanece viva no coração dos homens, há sempre lugar para o acréscimo de misericórdia a que se referia Jesus em seu apostolado”.
Visto isto, vamos então ao confortante versículo terceiro do capítulo primeiro do Apocalipse:
— “3 Bem-Aventurados aqueles que leem e os que ouvem as palavras da profecia deste Livro e guardam as coisas nele escritas, porque o tempo está próximo”.
Aqui uma explicação se faz necessária. O Texto Profético foi escrito há quase dois mil anos. Naquela época, poucos sabiam ler, tanto que existia a classe dos escribas, que desfrutava enorme prestígio na sociedade antiga. Por isso, podemos inferir, originalmente encontramos no Apocalipse o versículo terceiro do capítulo inicial apresentado da seguinte maneira:
— “Bem-Aventurado aquele que LÊ e os que ouvem (…)”.
Naquela altura, o Evangelista-Profeta estava coberto de razão ao inserir no teor bíblico o verbo ler na terceira pessoa do singular do modo indicativo: “Aquele que lê” e o ouvir, na terceira pessoa do plural também do presente do indicativo: “e os que ouvem”. No passado, o analfabetismo era geral, portanto bem maior do que agora. Observemos o exemplo didático de igrejas e das grandes catedrais do medievo, aquelas erguidas séculos depois de João: são até hoje adornadas por vitrais maravilhosos que contam a Vida de Jesus. A população, que não sabia ler nem escrever, adentrava seus ambientes e ficava extasiada, contemplando a via-sacra e outras passagens do Cristianismo, retratadas no colorido dos vidros artisticamente talhados, e assimilando-as assim, além de ouvirem os pregadores.
Logo, era admissível que — na época de João, nos séculos posteriores e até há algumas décadas próximas — esse versículo fosse escrito daquele modo. Nos dias atuais, muita gente aprendeu a ler. Por isso, grafei:
— “Bem-Aventurados aqueles que LEEM (…)”,
até mesmo como uma forma de instigar a leitura do Apocalipse aos bilhões de pessoas que hoje não mais são analfabetas e podem ter acesso a ele. Além de estimular os que não adquiriram o conhecimento das letras a buscá-lo.
Recomenda o muito nobre Dr. Bezerra de Menezes (1831-1900), pela psicografia de Chico Periotto:
— “Estudar os Textos Sagrados com denodo e refletir com o coração aberto é vital para os seres vivos na Terra e no Mundo Espiritual”.
Essa questão do tempo, que está realmente próximo, deve ser com insistência meditada. O salmista no Velho Testamento da Bíblia Sagrada (Salmos, 90:4) o afirma. Pedro Apóstolo (Segunda Epístola, 3:8 e 9) no Novo Testamento o confirma:
— “Mil anos dos homens são para Deus como o dia de ontem que já passou”.
“Então, Jesus pediu dois dias para voltar”, constantemente destacava o saudoso Irmão Zarur. “E vai ressurgir, do mesmo modo como no passado ressuscitou, ao terceiro dia”, depois de ter sido “morto” e “sepultado” pelos Seres Humanos, aos quais veio salvar. Atentemos ainda para o fato de que esse “terceiro dia”, que terá início ao final desta década, tem mil anos de duração, segundo a contagem terrena. É palmar que lhes falamos do Terceiro Milênio, que vem logo ali. Nenhum de nós na Terra possui autoridade suficiente para apontar esta ou aquela data como a da Volta de Jesus, mas pode concorrer para abreviá-la, conforme se encontra na Segunda Epístola de Pedro, 3:11 e 12:
— “Vivei em santo procedimento, esperando e apressando a vinda desse Dia do Senhor (…)”.
Reforçando o assunto Tempo, no tocante ao Retorno do Divino Mestre — como “Leão da Tribo de Judá”, Apocalipse (5:5), isto é, com poder e grande glória (Evangelho segundo Mateus, 24:30), não mais como ovelha a ser abatida —, releio em Reflexões da Alma a análise que fiz, em décadas de pesquisas:
Alguns argumentam contra a credibilidade do Apocalipse, tendo em vista esta sua afirmativa: “… pois o tempo em breve chegará”. E o fazem até sem jamais o ter lido. Ou, se abriram suas páginas, passaram apenas os olhos nelas, com a ligeireza de quem lê um romance de quinta categoria… A esses, reiteradamente convido a levar em consideração determinados fatores — como há pouco vimos e que, por serem tão importantes, repito-os mais ilustradamente, de maneira que nunca se esqueçam deles, porquanto isso é FUNDAMENTAL para o entendimento da Profecia Celeste, dentre os quais:
1) que o “breve” para Deus não é o mesmo para os homens. Convém relembrar a seguinte passagem do Antigo Testamento da Bíblia Sagrada, Salmos, 90:4 (Oração de Moisés, Varão de Deus):
— “Porque mil anos são aos Teus olhos (ó Senhor!) como o dia de ontem que passou, e como a vigília da noite”, (…)
E, do Novo Testamento, a Segunda Carta do Apóstolo Pedro, 3:8 a 10:
— “Mas, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como um dia. O Senhor não retarda a Sua promessa, ainda que alguns a tenham por morosa; mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se. Mas o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite, no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela existem se queimarão”;
2) que dois milênios, com referência à idade da Terra como planeta — cerca de 4,5 bilhões de anos —, estatisticamente considerados, correspondem a zero;
3) que muitos dos fatos previstos no Livro das Profecias Finais já ocorreram, estão ocorrendo ou ocorrerão.
Eis aí!
Retomando o capítulo primeiro do Apocalipse, a partir do versículo quarto, compreenderemos o valor das Cartas às Igrejas da Ásia, que hoje simbolizam a Humanidade inteira. Aprendemos que o Apocalipse é de todo admirável. Contudo, se houvesse nele um recado de alguém ou do próprio João Evangelista, por melhor que o mais novo apóstolo do Mestre de Nazaré haja sido, essa missiva teria seu conteúdo limitado, visto que ele não é Deus, nem é Jesus, nem mesmo o Espírito Santo. Diante do raciocínio antes exposto, comprovaremos que no Apocalipse a Mensagem às Igrejas (capítulos 1, 2 e 3) é importantíssima, valiosíssima, porque Deus — que mandou a Revelação a Jesus — é Quem, acima de tudo, vai se dirigir àquelas assembleias por intermédio do Cristo Ecumênico:
“4 João, às Sete Igrejas que se encontram na Ásia: Graça e paz a vós outros, da parte Daquele que é, que era e que há de vir, da parte dos Sete Espíritos que se acham diante do Seu trono,
“5 e da parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos, e o soberano dos reis da Terra. Àquele que nos ama, e pelo Seu sangue nos libertou dos nossos pecados,
“6 e nos constituiu reino, sacerdotes para o Seu Deus e Pai, a Ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém”.
Quem é Aquele que é, que era e que há de vir? Quem?!
Deus! com Quem Jesus é UM, de acordo com o que o próprio Divino Profeta afirma, a respeito do que várias vezes temos conversado.
E, no versículo oitavo do capítulo primeiro, vemos patenteada esta verdade:
— “Eu sou o Alfa e o Ômega, o A e o Z, o Princípio e o Fim, diz o Senhor. Aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso Deus”.
Aí está expressa a Eternidade Divina. Deus não foi criado, mas gerou o Filho, que O chama de Pai. Fica evidente, aos que “têm olhos de ver e ouvidos de ouvir”, que Deus é o Supremo Arquiteto do Universo, como O denominam os Irmãos Maçons.
Vocês poderão tranquilamente perceber o delineamento das figuras que formam a Santíssima Trindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Observemos:
Anteriormente, no versículo primeiro, lemos:
— “Revelação de Jesus Cristo, que Deus Lhe deu para mostrar aos Seus servos as coisas que em breve devem acontecer”.
Nisso nos firmamos para concluir que Ele, Jesus, é Quem desvenda a Profecia da qual João, na sua indesmentível lealdade ao Cristo Planetário, foi apenas o retransmissor fiel. E o Mestre dos mestres se revela nos versículos quinto e sexto, pois é a:
— “Fiel Testemunha, Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da Terra”.
Em seguida, todo o Apocalipse prossegue como revelação de cima abaixo.
Vamos analisar com as vibrações do órgão do sentimento o versículo quinto:
— “5 e da parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos, e o Soberano dos reis da Terra. Àquele que nos ama, e pelo Seu sangue nos libertou dos nossos pecados”, (…)
Naturalmente, Ele é a Fiel Testemunha porque não nega a Deus, a ponto de imolar-se pelo Criador para salvar as Suas criaturas com o Seu próprio sangue, no Gólgota. Antes, no Monte das Oliveiras, tinha depositado Seu Destino nas Mãos de Deus:
— “Pai, se for possível, afastai de mim esse cálice de sofrimento. Mas se for da Vossa Vontade, seja feita Vossa Vontade” (Evangelho segundo Lucas, 22:42),
conforme Ele havia rogado na Oração do Pai-Nosso,
— “Seja feita a Vossa Vontade, assim na Terra como no Céu” (Evangelho consoante Mateus, 6:10).
O Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, exemplifica o testemunho que devemos, de nossa parte, efetivar na Terra e no Céu da Terra por Ele, que se submeteu ao martírio da cruz, a fim de não trair o Pai Celestial na missão que Dele recebeu para nos salvar. Por essa razão Lhe somos infinitamente devedores, jamais ingratos.
Quando leem “o Primogênito dos mortos”, alguns podem alegar que muitos ressuscitaram antes de Jesus. Contudo, a Ressurreição Dele tem um significado todo especial, que justifica a afirmativa do Apocalipse. É que Jesus renasceu Nele mesmo (instruindo-nos a corajosamente nos revelar a nós próprios, não como carne, mas Espírito que de fato somos acima de tudo); e assim unificou-se na Integração Total, que é Deus. Então, Ele é o Primogênito dos mortos, quer dizer: na verdade, sempre esteve ressurreto, pois fidelissimamente ligado ao Pai desde antes da fundação do mundo (Evangelho segundo João, 17:5). Quanta gente foi ressuscitada e depois continuou a trilhar os umbrais da ignorância? O Mestre, não! A Ressurreição de Jesus ocorre pelo conhecimento e pela aceitação que Ele faz de Seu Sagrado Ministério sobre nosso planeta.
O Supremo Governante desta nossa morada coletiva tem poder, e sublimemente o exerce, porque é a Fiel Testemunha e testifica o Pai Celestial entre nós, os homens, as mulheres, os jovens, as crianças e os Espíritos, que, como concluímos firmados na Palavra de Jesus, não constituem uma abstração:
— “Meu reino (ainda) não é deste mundo (porém do Mundo Espiritual)” (Evangelho conforme João, 18:36).
Por isso, espera que O testemunhemos na Terra, de forma que Ele nos possa testemunhar no Céu, ou Espaço, ou Mundo da Verdade ou Plano dos Espíritos, situado em determinadas frequências, que nossos sentidos físicos e o avanço tecnológico por ora adequadamente não percebem.
— “Todo aquele que me testemunhar diante dos homens, também Eu o testemunharei diante do meu Pai que está nos céus; mas aquele que me negar diante dos homens, também Eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus” (Evangelho segundo Mateus, 10:32 e 33).
Ressalto que o Divino Crucificado ressuscitou pelo Seu próprio merecimento, pois sempre teve consciência da Sua Divindade, da qual antes fizera jus. Todos do mesmo modo seremos um com Deus, à medida que formos crescendo espiritualmente:
“20 Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que creem em mim, por meio da palavra deles;
“21 a fim de que todos sejam um; e que como Tu, Pai, és em mim e Eu em Ti, também sejam eles um em nós; para que o mundo saiba e creia que Tu me enviaste.
“22 Eu lhes dei a glória que Tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos Um.
“23 Eu estou neles, e Tu estás em mim, para que eles sejam consumados na unidade, e para que o mundo conheça que Tu me enviaste e que Tu os amaste, como amaste também a mim” (Evangelho do Cristo consoante João, 17:20 a 23).
O Excelso Pegureiro não renasceu por intermédio de quem quer que seja, como foi o caso de Lázaro e de outros registrados nos relatos religiosos e laicos, em particular os que os Seus Apóstolos e Discípulos igualmente fizeram retomar a vida. Ele é o Primogênito dos mortos porque venceu a morte e tornou-se o Soberano dos reis da Terra, a Fiel Testemunha. É Aquele que, para satisfação nossa, nos ama e pelo Seu sangue nos libertou dos nossos pecados.
— “Seu sangue?! Mas já secou há muito tempo!”,
alguém pode argumentar.
Seu sangue aqui é a lição imortal que Ele nos legou. Seu exemplo: uma perseverança incomum, uma obstinação incansável no Bem. Foi chicoteado, apedrejado, cuspido, açoitado, coroado de espinhos, crucificado. Deram-Lhe com uma vara na cabeça e, ainda assim, não desertou de Seu Pai e nosso Pai.
Notaram de onde vem a nossa fortaleza?
Ora, quem está com o Divino Mestre nada pode temer, mesmo nos piores momentos da existência.
Para esses seguidores fiéis, o oportuno ensinamento do Apóstolo Pedro (Primeira Epístola, 2:15) sobre a origem da verdadeira força e do genuíno poder:
— “(…) essa é a vontade do Pai Celestial — que, praticando o Bem, façais emudecer a ignorância dos insensatos”.
Dessa forma comportou-se Jesus perante os opositores: com Seu modo firme de agir, dando incessante testificação do Poder Divino, não deixava de fazer o Bem, ao mesmo tempo que o pregava pelos caminhos.
Eis portanto Quem é e por que é
— “a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e Soberano dos reis da Terra, que nos ama e pelo Seu sangue (os exemplos) nos libertou dos nossos pecados”,
mostrando-nos como vencer neste mundo de contrariedades: perseverar Nele e no Pai até ao fim, levando o benefício celeste a todas as criaturas, porquanto é com esse conhecimento que, antes de tudo, poderá ser concretizado o definitivo aperfeiçoamento da sociedade, posto que, como há muito os temos instruído, a reforma do social vem pelo Espiritual. Trata-se de um grande trabalho a ser feito — inapelavelmente, contudo, em Espírito e Verdade à luz do Novo Mandamento do Reformador Divino —, para o qual sempre contaremos com o apoio de Jesus. Foi Ele Quem assegurou:
— “Eu estarei convosco, todos os dias, até ao fim do mundo!” (Evangelho segundo Mateus, 28:20).
Que conforto nos oferece o Divino Amigo!
E, não satisfeito em nos redimir pelo Seu sangue (está aqui no versículo sexto do capítulo primeiro), nos constituiu reino (portanto, poder), sacerdotes (virtude religiosa), para Seu Deus e Pai. Então é para algo muito elevado. Por isso, queremos a todo instante impulsionar as pessoas a subirem na direção de Deus e ser Primícias do Pai Celestial.
Isso é governar, pois, reformado o Espírito do Ser Humano, tudo irá transformar-se. Evidentemente que não apenas pela ação unilateral de um único ser, bastas vezes disposto a armar guerras de extermínio, porém pela vontade dos povos unida à competência que, pela intuição, nos desce do Governo do Alto. Respeitando o livre-arbítrio das criaturas, este Comando Espiritual, na hora possível, saibamos ou não, sempre conteve as decisões (quando funestas) dos dirigentes terrestres. Estes, se largados totalmente soltos por aí, teriam acabado com tudo, há muito tempo. Como já lhes disse, tantas vezes lhes disse!, Deus nos deixa moralmente livres, mas não imoralmente livres.
Ninguém é obrigado a acreditar nela, mas o entrave, que ainda impede tanta gente de entender esse mecanismo, é supor que a Lei Universal da Reencarnação seja uma balela, ou uma demonstração de desamor divino contra os pecadores (o que aliás todos somos), quando a Lei das Vidas Sucessivas constitui excelente oportunidade que o Pai Celestial concede aos Seus filhos. Desalmado então seria o castigo eterno. A Vontade Soberana de Deus é que o faltoso não se perca, de acordo com o que diz o Profeta Ezequiel, 33:11, no seu livro do Antigo Testamento da Bíblia Sagrada, citado nas páginas deste trabalho.
Sobre essa Lei da Vida Plural, que nos confere infinitos ensejos de recuperação e crescimento do Espírito, escreveu o Dr. Bezerra de Menezes, pela psicografia de Chico Periotto:
— “Perante o Pai Celestial que tudo vê e registra na memória do tempo, proceder evoluindo continuamente é o mais perfeito passo a ser executado pelo ser vivente que trafega, por ordem de Deus, indo e vindo, subindo e descendo, dentro do grande mecanismo chamado Reencarnação”.
Esse importante recado do ilustre Espírito nos faz recordar a famosa passagem do Antigo Testamento da Bíblia Sagrada (Gênesis, 28:10 a 22) na qual Jacó observa uma escada que liga Céu e Terra. Por ela, Anjos (Almas, Espíritos) desciam e subiam ininterruptamente, estabelecendo ligação direta entre o mundo dos “vivos” e o dos “mortos”. Disso podemos depreender o processo das vidas sucessivas, pois os “habitantes do Outro Lado” cumprem tal roteiro incluidamente quando reencarnam: descem quando voltam à Terra, sobem quando retornam ao Céu. Os Anjos estão igualmente trabalhando, seguindo o exemplo de Deus. Jesus nos revela que
— “Deus não cessa de trabalhar” (Evangelho segundo João, 5:17).
Há 30 anos, compus uma quadrinha, que os Legionários da Boa Vontade de Deus e os Cristãos do Novo Mandamento de Jesus, o Cristo Ecumênico e Divino Estadista, cantam com toda a alegria de seus corações:
LBV — Santa e Divina,
Ajudai-me no meu roteiro,
A caminhar para Cima,
Elevando o povo inteiro!
Primícias são sinônimo de primeiros frutos, primórdios, prelúdios, começos. No caso humano-moral, citado no Apocalipse, significam aqueles que, ao ouvirem o chamamento de Deus, logo Nele se integram e Dele não se afastam jamais. Porque o segredo da salvação humano-espiritual é a persistência nos assuntos celestiais e, por força de seu benfazejo impulso, realizar algo que enobreça a sociedade pátria e mundial. Não basta, pois, somente crer neles. Necessário se faz exemplificá-los, porquanto é Jesus Quem declara não ser suficiente afirmarmos que cremos na Sua Autoridade sem cumprir o que Ele manda fazer*7:
— “Quando o Filho de Deus vier com poder e grande glória, acompanhado de todos os Santos Anjos, então se assentará no trono da Sua honra divina. Todas as nações serão congregadas diante Dele, e separará uns dos outros, como o pastor afasta as ovelhas dos cabritos; porá as ovelhas à Sua direita, mas os cabritos, à esquerda. Dirá então o Rei aos que estiverem à Sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, ingressai na posse do reino que vos está preparado desde o princípio do mundo; pois tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, era forasteiro e me recolhestes, estava nu e me vestistes, enfermo e me visitastes, preso e me viestes ver. Então perguntarão os justos: Senhor, quando Te vimos faminto e Te demos de comer, ou com sede e Te demos de beber? Quando Te vimos forasteiro e Te recolhemos, ou nu e Te vestimos? Quando Te vimos enfermo ou preso e Te fomos visitar? O Rei responderá: Em verdade, em verdade, vos digo que quantas vezes o fizestes a um desses meus irmãos pequeninos, a mim mesmo o fizestes. Dirá também aos que estiverem à Sua esquerda: Apartai-vos de mim vós que praticais a iniquidade; pois tive fome e não me destes de comer, tive sede e não me destes de beber, era forasteiro e não me recolhestes, estava nu e não me vestistes, enfermo e preso e não me visitastes. Também esses perguntarão: Senhor, quando Te vimos faminto, com sede, forasteiro, nu, enfermo, ou preso, e não Te servimos? Então lhes responderá: Em verdade vos digo que quantas vezes o deixastes de fazer a um desses pequeninos, a mim o deixastes de fazer” (Evangelho consoante Mateus, 25:31 a 45).
Direita e esquerda citadas por Jesus não têm diretamente a ver com direita e esquerda ideológicas e políticas.
Aqui um texto de minha autoria, que publiquei em Reflexões da Alma, cuja primeira edição é de 2003:
Um dos maiores questionamentos de boa parte daqueles que desejam a salvação espiritual é “O que mais agrada a Deus?”. Martinho Lutero (1483-1546), o reformador, tem a resposta, citada pelo professor Leônidas Boutin:
— “Ter Fé verdadeira e inabalável na Palavra de Deus, que está contida nas Sagradas Escrituras. E quem tem verdadeiramente fé há de praticar boas obras, isto é, amará ao próximo, pois é impossível ter fé sem praticar boas obras, que são, assim, decorrências naturais e inevitáveis dela”. *8
É imprescindível entender a Palavra de Deus e sustentar a decidida vontade de agir pelo bem-estar físico, moral e espiritual dos semelhantes, de forma que possamos verdadeiramente viver uma Sociedade Solidária Altruística Ecumênica. Falo daquela cujos cidadãos, comunidades e governos amparam os que se encontram em desdita e os motivam a vencê-la, educando-os e promovendo emprego, por exemplo, sem a preocupação de saber — com intenções fanáticas — crença ou descrença, ideologia, estágio cultural, etnia e tudo o mais a que possam pertencer e que, tantas vezes, têm servido para selvagemente separar em guerras, declaradas ou não, por milênios e milênios, os habitantes da Terra. Se de tal modo nos continuarmos comportando, ao passo que nos dizemos seguidores de um “Deus que é Amor” (Primeira Epístola de João, 4:8), enquanto atuamos como bárbaros irredutíveis, na medida em que a História da Humanidade nos aproxima do Terceiro Milênio, que merecemos além das sanções grafadas no Apocalipse? Não se trata de uma crueldade de Deus. Todavia, podemos assim conceber, da aplicação da Terceira Lei de Newton ou Lei de Ação e Reação, em seu volume Philosophiae Naturalis Principia Mathematica:
— “A toda ação há sempre oposta uma reação igual, ou, as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas a partes opostas”.
Ou como popularmente é conhecida, em uma de suas diversas versões:
— “A toda ação corresponde uma reação, com a mesma intensidade, mesma direção e sentido contrário”.
Tantos quantos regimes sejam experimentados no mundo jamais poderão ofertar plenitude de contentamento aos povos. Por quê?! A resposta que me ocorre à mente é a de Alziro Zarur, quando afirma
— “aquilo que começa errado vai errado até ao fim”.
Isto é, se a pessoa, ou a coletividade, não quiser corrigir o seu rumo.
Para que aconteça a reforma ideal da sociedade, o cidadão terrestre precisa descobrir, analisar e entender que a sua verdadeira origem tem início no Plano Invisível. Logo, quando dizemos que não bastam às criaturas apenas instrução e educação, e propomos que toda a gente seja espiritualizada, convém esclarecer que esse serviço de sublimação dos povos de todo o planeta exige que tomem conhecimento ou se recordem de que já fizeram parte da Humanidade do Alto, composta por Espíritos, antes de reencarnar. Há Vida antes da vida, portanto Leis que precedem às humanas e sobre elas preponderam, pois revelou Jesus, o Legislador Divino:
— “Antes que houvesse mundo, Eu já existia” (Evangelho segundo João, 8:58).
Por sinal, Jesus, o Excelso Político, confiou a Pedro — em quem nos inspiramos no labor de servir ao Senhor da Terra, porquanto sua postura entre os Apóstolos foi a de persistente humanidade — este providencial comprometimento, anotado por Mateus, 16:19:
— “O que ligardes na Terra, Eu o ligarei no Céu; o que desligardes na Terra, Eu o desligarei no Céu”.
(…) Quer dizer, se Pedro e todos cumprirmos os ensinamentos de Jesus, desligaremos o sofrimento e ligaremos a felicidade, o Bem ao nosso destino. Se Você não obedece às leis humanas — que são humanas — é passível de punição. Imagine quanto às Ordenações Divinas? Mas se Você respeita as Leis Celestes, feitas para nos tornar melhores, o que há de acontecer-lhe? Ligar-se-á no Céu à qualidade do comportamento ideal a que se dispuser a realizar.
Diante do vertiginoso progresso tecnológico (e descompassos econômicos), que nos pode arrastar a qualquer situação, boa ou má, é urgente que a sociedade planetária se alie aos Políticos, Economistas e Religiosos Celestes para merecer a proteção deles, e nunca aos habitantes das regiões inferiores ainda a nós invisíveis, ou infernos, se assim pretenderem designá-las. Infelizmente, o que se tem assistido, por milênios e milênios, é o triste conluio entre homens e seres espirituais atrasados, que alguns costumam chamar de demônios, cuja baixa influenciação tem levado gerações e gerações aos mais inacreditáveis e sangrentos antagonismos. Por isso, com muito acerto concluiu Zarur que
— “o segredo do governo dos povos é unir a Humanidade da Terra à Humanidade do Céu (Espiritual Elevado)”.*9
Contudo, a maioria dos comandantes deste orbe desconhece em profundidade a Constituição Divina do Planeta Terra, motivo pelo qual suas legislaturas pouco, ou nada, se firmam nela. Daí os grandes problemas que afligem os grupos humanos, que por se considerarem muito inteligentes menoscabam da Sabedoria de Deus. Não percebemos devidamente, à beira do século 21, que antes de carne somos Espírito, é bom sempre relembrar.O mundo precisa de visionários.
Bem a propósito, este pensamento de John Fitzgerald Kennedy (1917-1963), em seu discurso diante do parlamento irlandês, no dia 28 de junho de 1963, em Dublin, Irlanda:
— “George Bernard Shaw, falando como um irlandês, sugeriu uma nova perspectiva à vida: Algumas pessoas, ele disse, ‘veem as coisas e perguntam: Por quê? Mas eu sonho com coisas que nunca existiram — e questiono: Por que não?’”.
E, como um descendente de imigrantes irlandeses, prossegue JFK:
— “É esta a qualidade do povo irlandês: a notável combinação de esperança, convicção e imaginação — que, mais do que nunca, é preciso ter. Os problemas do mundo não podem ser resolvidos por céticos ou cínicos, cujos horizontes se limitam às realidades evidentes. Precisamos de homens capazes de imaginar o que nunca existiu e de questionar ‘por que não?’”.
Ora, essas também são qualidades do nosso bom povo brasileiro, iluminado de esperança, por pior que seja a situação.
Ditas todas essas coisas, fica claro aos que “têm olhos de ver e ouvidos de ouvir”, que o aprendizado neste mundo ainda é incompleto. A Vida Espiritual é semelhante à Lei da Gravidade de Newton: não adianta negá-la, porquanto ela existe. Realmente, é necessário reiterar o ensinamento que faço questão de repetir-lhes: a reforma do social começa no Espiritual. Ponto de vista que desenvolveremos no transcurso das explicações do Evangelho-Apocalipse de Jesus, em Espírito e Verdade pelo prisma do Mandamento Novo. Não é sem motivo que O chamamos de Cristo Ecumênico, porque o Seu Poder Sacrossanto a tudo abarca. Razão pela qual — guardem bem isto — Ele é o Divino Estadista. Zarur costumava exclamar:
—“Só Jesus pode salvar o Brasil!” *10,
concomitantemente as demais nações.
Tudo que aqui foi exposto será um dia fácil à compreensão terrena, porque não haverá coisa alguma que separe o Reino de Deus do reino dos homens. Jesus anunciou em Sua Boa Nova que todos seremos um como Ele é Um com o Pai Celestial (Evangelho consoante João, 17:22). Enfim, nada mais nos apartará do Amor de Deus, “energia que move os mundos”, na definição do padre João de Brito (1647-1693). É o que também deixa evidente o Apocalipse, 21:4:
— “E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, e não haverá mais luto, e não haverá mais pranto, nem gritos, nem dor, porque as primeiras coisas passaram”,
que veremos adiante neste estudo.
O entendimento da Lei de Jesus, a Política de Deus (Evangelho segundo João, 13:34 e 35, 15:12 a 17 e 9) *11, é uma revolução espiritual sem precedentes. Ela abre as cabeças para a constante conexão entre a esfera dos que na Terra renasceram e a Dimensão dos Desencarnados*12. E levá-la à frente, com todo o senso de responsabilidade, é dever assumido por Vocês, antes de reencarnarem, ó Simples de Coração!
Na nossa conduta, se intrinsecamente civilizada, patenteia-se a oportunidade de viver um mundo extraordinário em que o respeito entre as Criaturas seja a norma de procedimento na carreira dos povos e de seus governos. É o que nos anuncia o Apocalipse e as páginas das religiões da Terra, quando lidas, compreendidas e exercidas à distância de anos-luz do inferno do ódio.
Em 18 de outubro de 2007, no Salão Sistino dos Museus do Vaticano, o cardeal secretário de Estado Tarcisio Bertone, em seu pronunciamento de abertura da exposição “Apocalipse. A última Revelação”, dirigindo-se a personalidades mundiais presentes, discorreu a respeito da mensagem do instigante Livro Profético. Eis um expressivo trecho da palavra do eminente sacerdote católico, de acordo com o site da Santa Sé:
“A leitura do Apocalipse, como a visão do Juízo Universal na Capela Sistina, desperta indubitavelmente uma emoção na alma. Mas trata-se da emoção do enlevo, da majestade e da misericórdia surpreendente que vêm ao nosso encontro, e não do arrepio tétrico e desesperado da ruína e do medo. Estas páginas e estas obras de arte não nos querem assustar, mostrando-nos as cenas da eternidade: pelo contrário, querem recordar-nos a vida que aqui na Terra se consome e que todos os dias nós impregnamos com a qualidade dos nossos gestos.
“Ler no Apocalipse o anúncio da Ressurreição final é em si uma consolação e uma forma de justiça. Não podemos esquecer que o mundo só será justo quando os mortos ressuscitarem, quando todas as feridas forem curadas, todas as lágrimas enxugadas, quando todos os discursos interrompidos forem retomados, e atendidos todos os desejos de bem. Neste sentido, a visão da Jerusalém celeste não é apenas a última parte do Apocalipse e da exposição, mas inclusivamente uma exigência lógica, um postulado da moralidade e uma condição imprescindível para que falar de justiça possa ter algum sentido”.
Essa manifestação de Sua Eminência vem ao encontro do que pensamos na Religião de Deus acerca do Apocalipse de Jesus, por sinal, o “mais importante livro da Bíblia Sagrada na atualidade”, conforme o definiu Alziro Zarur, saudoso Fundador da LBV.
As mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento artificial do planeta; a ferida na camada de ozônio; a poluição das águas, que, entre outras aberrações, acarreta o recrudescimento da Maré Vermelha que envenena oceanos e estuários, causada pela concentração cada vez maior de algas supertóxicas, fartamente alimentadas pelo excesso de sais minerais decorrentes do escoamento do esgoto doméstico, alteração da salinidade, sem falar da oscilação da temperatura das águas; as, digamos, recentes enfermidades, para as quais a cura em muitos casos ainda não foi descoberta; a extinção criminosa de espécies animais; o perigo que correm as abelhas que polinizam a Natureza e os morcegos frugívoros e as aves que levam adiante as sementes de novas matas, além de destruir insetos nocivos à saúde humana; a derrubada inclemente de florestas inteiras; a crise do petróleo e as questões econômicas mal resolvidas, entre outros problemas antevistos no Apocalipse e no Discurso do Fim dos Tempos, pronunciado por Jesus no Seu Evangelho segundo Mateus, do qual se destaca a
— “Grande Tribulação como nunca houve, desde a criação do mundo, nem jamais se repetirá” (24:21),
sem citarmos as predições dos Apóstolos do Cristo em suas Epístolas e dos Profetas no Antigo Testamento da Bíblia Santa, estão fotografadas com antecedência por Deus, para que Ele pudesse precedentemente alertar “os Seus servos a respeito das coisas que em breve devem acontecer”.
Contudo, apesar da gravidade comum a todas as épocas de profunda transformação, sempre surge um mundo novo, trazendo outras perspectivas para a vida dos povos. Há, todavia, este ponto a ser reiterado nos dias que vivemos: não nos é permitido esquecer que Jesus se refere a uma Grande Tribulação, jamais vista pelos olhos terrestres.
Não teremos o fim do planeta como os homens costumam acreditar, entretanto poderemos assistir, na condição de encarnados ou desencarnados, ao termo de uma era cheia de cobiça, ódios e preconceitos. Então, após tudo isso, custe o tempo que custar, realmente virá um “Novo Céu e uma Nova Terra” (Apocalipse, 21:1), anúncio comprovante de que a existência humana continuará, conforme estudaremos com mais apuro no decorrer de nossas pregações do Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração, que apenas estão começando.
(P.S. — O modo pelo qual a vida prosseguirá, discutiremos na primeira oportunidade.)
Jesus, o Bom Pastor, Aquele que recebeu de Deus o atualíssimo Apocalipse, reitera ainda no Evangelho segundo Marcos, 13:13, no “Sermão Profético — O princípio das dores”:
— “(…) quem perseverar até ao fim será salvo”.
E também no Livro da Revelação Profético-Apocalíptica, 2:10, na Carta à Igreja em Esmirna, Ele divinamente incentiva os que persistirem até ao término das provações terrenas:
— “Sê fiel até à morte, e Eu te darei a coroa da vida”.
Portanto, temos de dignificar o caráter de primícias e nunca desistir da augusta concessão alcançada por nossos méritos, nos moldes das duas citações, evangélica e apocalíptica, relacionadas. Caso contrário, cairemos naquela chave narrada por Jesus, em Sua Boa Nova consoante Mateus, 20:1 a 16:
“1 E continuou Jesus: O Reino dos Céus se assemelha a um proprietário que saiu de madrugada a assalariar trabalhadores para a sua seara.
“2 Tendo convencionado com os trabalhadores o pagamento de um denário por dia, mandou-os para a sua lavoura.
“3 Saindo por volta das nove horas da manhã, e, vendo outros na praça, desocupados,
“4 disse-lhes: Ide também para a minha vinha, e vos darei o que for justo.
“5 Eles foram. Saiu outra vez o proprietário ao meio-dia e às quinze horas e fez o mesmo.
“6 Cerca das dezessete tornou a sair. E encontrando outros que lá permaneciam lhes perguntou: Por que passais aqui todo dia desocupados?
“7 Responderam-lhe: Porque ninguém nos convocou e nos quis pagar salário! Disse-lhes, pois, o senhor: Ide então para a minha seara.
“8 Chegando a noitinha, o dono da lavoura determinou ao seu administrador o seguinte: Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, começando pelos últimos e acabando pelos primeiros.
“9 Tendo chegado os que tinham sido assalariados por volta das dezessete horas receberam um denário cada um.
“10 Na vez dos primeiros, eles supuseram que receberiam mais, porém receberam igualmente um denário cada um.
“11 E murmuravam contra o proprietário,
“12 alegando: Ora, estes últimos trabalharam somente uma hora, e os igualaste a nós. Nós que suportamos o peso do dia e o calor intenso.
“13 Mas o dono da lavoura disse a um deles: Meu amigo, não te faço injustiça. Não ajustaste comigo um denário?
“14 Toma o que é teu e vai-te embora. Pois quero dar a este último tanto quanto a ti.
“15 Não me é permitido fazer o que me agrada do que é meu? Acaso o teu olho é mau porque sou bom?
“16 Assim, há últimos que serão primeiros e primeiros que serão últimos”.
Diante disso, não nos basta ser primícias. Essencial é nos conservarmos como primícias fiéis, perseverantes e hábeis.
Ser idealista, sim. Mas, por favor, com talento e pragmatismo. É preciso ter ideal e sobretudo ser capaz de realizá-lo, para continuar merecendo a bênção de Deus.
E para os que se espantaram com a conclusão dessa Parábola de Jesus, que voltaremos a focalizar, a indispensável advertência do Apóstolo Paulo, na Primeira Epístola aos Coríntios, 2:14:
— “As coisas espirituais devem ser discernidas espiritualmente”.
Em Sua Boa Nova segundo Lucas, 17:10, Jesus aconselha:
— “Quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: ‘Somos servos inúteis; fizemos apenas aquilo que é de nossa obrigação’”.
Isto é, na verdade, humildemente cumprir a incumbência assumida com o Pai Celestial. Não nos devemos vangloriar dos nossos feitos, porquanto a arrogância nos arrasta ao abismo.
Retomaremos esse assunto, para dirimir dúvidas quanto às diferenças entre humildade, que é acima de tudo corajosa, e submissão (quando covarde), que nada tem a ver com os exemplos de destemor deixados por Jesus.
Lembremo-nos sempre da sábia indagação do padre Antônio Vieira, estudada nestas pregações:
— “Já vistes um humilde cair?”.
Perante nossa dedicação sincera, Deus jamais nos abandonará, pois o Cristo, que não profere palavras vãs, proclama no Evangelho segundo Mateus, 6:33, a Sua Lei Econômica, que decididamente ampara, em corpo e Espírito, os servidores da Seara Divina:
— “Buscai primeiramente o Reino de Deus e Sua Justiça, e todas as coisas materiais vos serão acrescentadas” *13.
Atravessamos um momento de transformação no mundo, radical sob muitos aspectos, o que exige de nós capacidade superior no enfrentamento de obstáculos de todos os matizes. Não se trata de correria neurótica — porque há gente que corre, corre, corre sem chegar a ponto algum —, contudo de preparação sistemática de tempos na realidade melhores, sempre desejados, mas até agora não devidamente conseguidos pela Humanidade (…).
Os mais antigos que me honram com o seu entusiasmo sabem que eu lhes dizia há 15, 20 anos que uma organização vitoriosa deve manter a parte administrativa soft, para o que necessita contar com colaboradores valorosos, assim como companheiro o foi João, Evangelista e Profeta, conforme podemos ler no Apocalipse, 1:9:
— “(…) na tribulação, no reino e na perseverança, em Jesus”,
posto que ele foi exilado
— “na ilha chamada Patmos, por causa da Palavra de Deus e do testemunho de Jesus Cristo”,
e não capitulou, permanecendo fiel ao seu Mestre.
Razão pela qual os cooperadores do Senhor devem mostrar-se capazes, leais e dispostos a doar-se de si um pouco que seja, pois é de sua vocação natural praticar o Bem às Criaturas.
Não é bastante elaborar planos notáveis e, depois, nunca atingir o ponto almejado, porque desprezou-se um conceito revolucionário denominado Primeira Caridade, perigo que correram os componentes da Igreja em Éfeso, não obstante as qualidades que possuíam (Apocalipse, 2:4, 5 e 7):
“4 Tenho, porém, contra ti que abandonaste a tua Primeira Caridade.
“5 Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; porque, se não, virei contra ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas.
“7 Quem tem ouvidos de ouvir ouça o que o Espírito diz às igrejas do Senhor. Ao vencedor, darei a comer os frutos da Árvore da Vida eterna que se encontra no paraíso de meu Deus”.
O exemplo do bom companheirismo de João, expresso na sua fidelidade inarredável a Jesus — “(…) na tribulação” —, tem de ser a nossa permanente bandeira, para não sermos tisnados, como os integrantes da Igreja em Éfeso, pelo opróbrio de ter perdido a Primeira Caridade. É ainda o modelo do bom companheirismo evangélico e apocalíptico vindo de João, o Profeta de Patmos, que nos ensina — “no reino e na perseverança, em Jesus Cristo” — a jamais desanimar, mesmo que as procelas da existência humana ambicionem sufocar o peregrino em sua trajetória. Não podemos “morrer na praia”, por causa de titubeios, após atravessarmos a fortes braçadas oceanos turbulentos. Urge que mantenhamos firmemente a nossa confiança no Salvador, que em hipótese alguma mentiu nem se deixou enfraquecer.
No Evangelho segundo Lucas, 18:8, o Excelso Pegureiro argui de nós:
— “Quando vier o Filho de Deus, achará porventura Fé na Terra?”.
Motivados, em uníssono, poderemos responder-Lhe:
— “Sim, Divino Senhor, encontrarás Fé na Terra, porque saberemos, seguindo fielmente a Tua Soberana Vontade, persistir até ao fim”.
Trata-se de um gigantesco desafio na hora presente da Humanidade.
Voltemos, pois, ao versículo quarto do capítulo segundo do Apocalipse, em que Jesus admoesta os irmãos da Igreja em Éfeso:
— “Tenho, porém, contra ti que abandonaste a Primeira Caridade”,
que provém, imaculada, Dele.
O que ocorre quando as suas Almas são tocadas pela pregação da Palavra de Deus e pelos bons atos que praticam de coração puro, de conformidade com as instruções do Evangelho e do Apocalipse do Preceptor Celeste, em Espírito e Verdade à luz do Novo Mandamento Dele, que é o Cristo Ecumênico, o Político Divino? Vocês se sentem tomados de feérica luminosidade, de bom ânimo, de incansável decisão! Todavia, como relata o Sábio dos Milênios, na Parábola do Semeador, se a semente cai em solo profundo, cria raízes e dá bons frutos, também pode tombar na beira da estrada, ou entre as pedras, e logo morre. Se despenca em terreno de solo raso, e vem o calor do sol, que são as tentações do mundo, surge satanás — que é a maldade, a perturbação obsessiva, o desvio das lições de Deus, quando entendido como Sublime Fraternidade —, a semente murcha. O semeador se entristece, mas não cessa de laborar na Seara Divina, porque há de obter o regozijo com a semeadura em terra fértil. Ele verá a lavoura crescer, os bosques tomarem vulto, os pomares frutificarem. Por isso, os que labutam na Seara do Admirável Provedor não desanimam com o que se lhes afigura mau resultado. Firmam-se e espelham-se naquelas sementes que se desenvolveram e agora produzem bons frutos, e que em momento algum abriram mão de, por sua vez, arar e dispor o solo, a fim de acolher o gérmen da mensagem sobranceira do Economista dos economistas.
Jesus, ao repreender a comunidade em Éfeso, ao mesmo tempo convoca todos a nunca desistir de Seus ensinamentos, não perder o primeiro fervor (Caridade) e levar adiante a flâmula do Evangelho-Apocalipse, sem ira e fanatismo. O Mestre Celestial é divinamente justo e generoso.
Alguns pensam, como já lhes disse, que Caridade é enfiar um pão seco pela goela de um carente social que não tem onde cair e afastar-se dele o mais rápido possível. No entanto, Caridade é a força que nos mantém de pé! Caridade expressa pujança, competência, qualidade, respeito, afeto, carinho e mais uma porção de elementos que Vocês, nas suas vidas quando áridas por ausência de conexão com a Boa Vontade de Deus, às vezes pouco percebem quanto a Caridade Celeste lhes faz falta!
Em diversas ocasiões, a pessoa se alimenta bem e reclama:“Está me faltando alguma coisa. Acabei de comer e estou insatisfeito, insatisfeita!”.
Trata-se de uma vitamina especial que não constava daquela alimentação que lhe foi oferecida.
Assim ocorre frequentemente na lide terrena e espiritual.
Estudioso do Apocalipse, o escritor e pregador espírita Cairbar Schutel (1868-1938), referindo-se aos “cento e quarenta e quatro mil selados que foram comprados da Terra” (Apocalipse, 14:3) — que sabemos ser o número-qualidade, de que nos falava Zarur — explica que João Evangelista,
— “empregando a expressão foram comprados da Terra’, quis significar que os cento e quarenta e quatro mil se devem fazer reconhecer pelo seu desprendimento das coisas do mundo, pela sua moral, pela sua humildade, finalmente, pela sua caridade, virtude que é a primícia para Deus”. *14
Sem o espírito de Caridade, que é Deus, pois Ele é Amor, ninguém retamente decifrará de forma justa o Recado Celeste, dirigido aos seres da Terra e aos Espíritos do Céu da Terra, pelo Apocalipse.
O Apóstolo Tiago, na sua marcante Epístola, 1:16 a 18, escreve:
— “Não vos enganeis, meus irmãos amados, toda boa dádiva e todo o dom perfeito são lá do Alto, descendo do Pai das Luzes, em Quem não pode existir variação ou sombra de mudança”,
porque Deus não é como um ser leviano que se precipita, profere uma sentença e dali a pouco a desmente, ou já vai afirmando outra, sabendo que está enganando os seus parentes carnais ou em Humanidade. Esse tipo de atitude não permanece eternamente impune. A consciência não o permite, nesta ou na outra vida.
E Tiago Apóstolo prossegue:
— “Segundo o Seu querer, Ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das Suas criaturas”.
Procuremos então, humilde e diligentemente, trilhar a vereda do Progresso Espiritual, que nos foi aberto por Jesus, o Filho Primogênito do Pai Celeste, para que nos tornemos também Primícias Divinas.
E, referentemente ao pagamento justo que Dele merecerem os que perseveram, convém recordar esta passagem da Boa Nova segundo Lucas, 10:7, quando o Cristo, na Sua Sacrossanta Sabedoria, declara:
— “O operário é digno do seu salário”.
E quanto ao Supremo Criador de todos nós, fervorosamente aguarda que, de igual modo, sejamos primícias, isto é, primogênitos, seguindo o exemplo de Jesus.
Meu Deus do Céu, não há nada mais feliz que isso! E Ele tem poder para realizar tamanho milagre, consoante o que comovidamente lemos no Apocalipse, 21:4, 5 e 6, e sempre aqui lembramos:
“4 E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, e não haverá mais luto, e não haverá mais pranto, nem gritos, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.
“5 Então Aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.
“6 Disse-me ainda: Tudo está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. E a quem tem sede, darei de graça a beber da fonte da água da Vida eterna”.
As impactantes previsões do Apocalipse estão sendo concretizadas pelos seus causadores: nós, os Seres Humanos. Porém, por mais difícil que seja o percurso terrestre, sempre haverá luz ao término do túnel que nós nos fizemos obrigados a atravessar. É preciso com toda clareza expor que somos os agentes da Profecia e não os seus pacientes ou vítimas. No entanto, a Esperança não morre nunca. É o que acabamos de discernir na confortadora leitura de “O Novo Céu e a Nova Terra”.
A Justiça Divina não admite a impunidade, mas igualmente não deseja a perdição de ninguém, volto a lhes ressaltar. São Lucas, no Evangelho de Jesus que também lhe coube narrar, 19:10, menciona a Palavra do Cristo, quando o Revelador Excelso do Apocalipse fala a respeito da Sua própria missão:
— “O Filho de Deus veio buscar e salvar o perdido”.
Agora, vamos orar.
Prece Ecumênica do Cristo de Deus (que pronunciei em 1990 durante as pregações do Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração), que se encontra no Seu Evangelho segundo Mateus, 6:9 a 13.
“Pai Nosso, que estais no Céu” (e em toda parte ao mesmo tempo. Consciência que paira no mais elevado dos meus ideais — de Entendimento, de Solidariedade, de Companheirismo, de Amor — no Céu da minha concepção mais grandiosa de Vida, e realmente em toda parte ao mesmo tempo).
“Santificado seja o Vosso Nome”.
“Venha a nós o Vosso Reino” (de Justiça e de Verdade, irmanadas à Bondade e ao Amor. Caso contrário, Justiça e Verdade vão funcionar cambaleantemente, se não houver, de forma simultânea, Amor e Bondade).
“Seja feita a Vossa Vontade, assim na Terra como no Céu” (jamais a nossa vontade, porque ainda estamos aprendendo a vivê-la corretamente, conforme a Vossa Divina Sabedoria).
“O pão nosso de cada dia dai-nos hoje” (o pão transubstancial, a comida que não perece, o alimento para o Espírito. O sustento para o corpo havemos de consegui-lo com o nosso esforço próprio, sem nunca esquecer de auxiliar, de encaminhar a quem precisa, por rumos mais luminosos, o que representa uma das razões da existência das comunidades na Terra. Por pior que seja a conjuntura do mundo, não podemos perder a Esperança, temos de nos preparar para vencer toda e qualquer dificuldade. Globalização, crise? Ué! Tiremos o melhor ensinamento que elas proporcionem. É aquilo que eu disse ao veterano jornalista Paulo Parisi, em 10 de outubro de 1981, quando ele me entrevistou:
Há alguns anos, meu caro Parisi, tomei conhecimento de um cuidadoso trabalho do cientista político Richard J. Barnet e do economista Ronald E. Müller. Ambos os autores sustentam que
— “a transformação estrutural da economia do mundo através da globalização das grandes empresas está minando o poder do Estado-nação para manter a estabilidade econômica e política dentro do seu território”.
Ora, Albert Einstein (1879-1955) e Bertrand Russell (1872-1970), entre outros, defenderam a criação de um governo mundial*15 para arbitrar os conflitos políticos internacionais. É possível que nas próximas décadas o tipo de relação econômica entre os países consista no primeiro passo rumo à formação dessa liderança de dimensão global, no entanto que sejam respeitadas as melhores tradições e os justos interesses de cada povo. Um serviço voltado a estadistas que compreendam que — ou a Humanidade se integra ou se desintegrará. Esse é um desafio para dirigentes que tenham visão espiritual aguçada, porque não somos apenas corpo, porém, antes de tudo, Espírito.
Vem-me à lembrança, agora, a previsão do ilustre educador italiano, o bondoso Dom Bosco (1815-1888), que afirmou, no século 19:
— “Um grandioso acontecimento se está preparando no céu para fazer pasmar as gentes. (…) Far-se-á uma grande reforma entre todas as nações, e o mundo irá misturar-se como um oceano”.
Entendo essa palavra do taumaturgo de Turim não como um novo esquema de subordinação internacional, mas uma forma de congraçamento, gerida pelo Alto, a fim de que haja sobreviventes neste orbe, que a cobiça desenfreada está destruindo. Esse sentimento fomentador da pior violência tem de ser expulso das negociações interpátrias, senão sobrará pouca gente para contar a história.
Muita gente pensa que ser humilde é subordinar-se ao que está errado. Não é nada disso. A humildade é acima de tudo corajosa. Jesus era compassivo, sendo o Supremo Governante da Terra, “Um com o Pai”, como o Cristo mesmo revela no Evangelho consoante João, 10:30. Ele não foi audaz?! Divinamente humilde, não deixou de ser destemido, a ponto de enfrentar todos que O perseguiam, até que foi levado à crucificação. Exemplo de humildade verdadeira é a de Jesus — e de muitos outros valentes luminares. A intrepidez de expor o que tem de ser dito, de proferir as verdades que têm de ser proclamadas. Isso é ser humilde perante Deus e respeitoso, ou respeitosa, diante daqueles que precisam conhecer as realidades que impulsionam o mundo, principalmente as espirituais. Costumo ainda definir que a humildade é a ciência da coragem.
Por isso, Solidariedade, Altruísmo, Fraternidade deverão nascer — antes das resoluções decididas nas mesas em que se trata do destino das multidões terrestres — na Alma daqueles que nos conduzem. Isso virá um dia a acontecer, por bem ou por mal. Contudo, se insistirmos em trilhar o atalho maléfico,
— “poucos homens restarão”,
no dizer do notável Profeta Isaías, 24:6. Assim o será caso não tivermos, enfim, aprendido a pensar e a agir ecumenicamente.
Meu colega Parisi concordou comigo, afinal, cada vez que o vento das mudanças sacode a árvore, caem-lhe os frutos da época superada.
Nosso planeta não mais poderá ser comandado pelos portadores de uma ambição desmedida, sem limites. E, se não reagirmos, a culpa não será deles, mas de nós mesmos em virtude de nossa omissão e imprevidência*16.
Mas, como orienta Emmanuel, das sementes esparzidas pelo solo nascem as plantas novas. O sábio francês Lavoisier (1743-1794) instruía que
— “na Natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”.
Dificilmente neste orbe uma transformação é tranquila, comentam por aí. Por enquanto, prossegue sendo assim.
— “Ah, mas está difícil, as nações hegemônicas…”
E daí? Nenhuma superpotência é permanentemente hegemônica. E, com o passar do tempo, vem-lhe a decadência ou fases de intensa provação que lhe altera a sorte. No pretérito, formavam tribos — às vezes de antropófagos.
Para derrotar as contrariedades, é básico primeiro tirar a colonização da nossa mente. No dia em que este país (ou este mundo) alcançar tal amadurecimento, nós, “com as mãos amarradas às costas”, suplantaremos as adversidades que surgirem.
Mas Jesus continua orando, e nós com Ele).
“Perdoai as nossas ofensas assim como perdoarmos aos nossos ofensores.
“E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal, porque Vosso é o Reino, e o Poder e a Glória para sempre.
“Amém!”.
Neste instante, cada um de nós vai elevar o seu pedido ao Espírito Clemente do Cristo. Quem não chora sua lágrima secreta? Um sofrimento que não pode revelar, sob o risco de construir enorme confusão, envolvendo talvez uma série de pessoas que ama. Mas que Você, meu irmão ou minha irmã, não se angustie, porquanto a Deus devemos suplicar a resposta certa. E o Pai de todos nós lhe responderá no silêncio do coração. E para aquele que ainda não acredita em nada, empenhe-se mais um pouco, apele à sua própria consciência no melhor que nela existir.
Chegou o momento de fazermos a solicitação justa Àquele que nos pode generosamente favorecer, auxiliando-nos a suplantar a mais dolorosa questão. Cada um agora dirigirá ao Alto a sua súplica.
(Intervalo musical para a sintonia com a Humanidade de Cima, comandada por Deus, pelo Cristo e pelo Espírito Santo.)
Graças, Senhor!
Dá-nos aquela Paz que prometeste aos que vivem o Teu Novo Mandamento — “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”. Nele está implícita e explícita a base de toda sociedade social, moral e espiritualmente solidária, firme, que vence, hoje ou amanhã, qualquer violência que teime em habitar os corações.
Falamos daquela Paz Magnífica, que o Amor do Mandamento Novo do Cristo Ecumênico e Sublime Estadista nos pode dar, pois Ele é capaz de oferecê-la e frutificá-la em nós. E assegurou que estaria conosco “todos os dias até ao fim do mundo” (Evangelho consoante Mateus, 28:20). Que conforto para a nossa Alma!
Encerro, convidando todos a entoar comigo o cântico com o qual os Anjos da Milícia Celeste anunciaram aos humildes pastores do campo o Nascimento do Cristo de Deus, que a cada dia ressurge em nossas Almas. Por isso, a Esperança não morre nunca! Nunca! porque, em última análise, ela constitui a escalada que nos ergue até à CERTEZA, que é Jesus!
— “Glória a Deus nas Alturas, Paz na Terra aos Homens (e às Mulheres, aos Jovens, às Crianças e aos Espíritos) da Boa Vontade de Deus!”.
Vocês querem vencer-se e vencer? Deixem Jesus coexistir em seus Espíritos e Maria Santíssima confortar-lhes maternalmente os corações nas horas rudes da jornada humana. Ninguém se encontra irremediavelmente perdido (ou perdida) neste mundo.
Quem confia em Jesus não perde o seu tempo!, porque Ele é o Grande Amigo que não abandona amigo no meio do caminho.
Muito grato a todos pela atenção.
E Viva Jesus, o Cristo Ecumênico, o Político Celeste, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da Terra!
NOTAS:
*1 Leia também “A humildade corajosa”, constante da obra Apocalipse sem Medo, de autoria do escritor Paiva Netto. Com os livros Somos todos Profetas e As Profecias sem Mistério, forma a coleção O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração, que já vendeu mais de 1,5 milhão de exemplares.
*2 Pensamento de René Descartes, publicado na revista Boa Vontade no 26, agosto de 1958.
*3 Esta frase se encontra no Corão Sagrado, Surata 32 (As Sajda):13.
*4 São nossos os negritos que destacam palavras ou expressões nas passagens bíblicas, bem como nos textos de outrem.
*5 Francisco Cândido Xavier, Chico Xavier (1910-2002).
*6 Leia mais sobre o assunto na obra Somos todos Profetas, de autoria de Paiva Netto.
*7 Leia mais sobre o assunto no terceiro volume das Diretrizes Espirituais da Religião de Deus, no subtítulo: “Não basta ter Fé se não for Fé Realizante”.
*8 Esta citação se encontra na abertura do livro Da Liberdade Cristã, de Martinho Lutero. O professor Leônidas Boutin iniciou a tradução dessa obra em 1958, com o apoio dos reverendos pastores Heinz Soboll e Richard Wengan, da Comuna Evangélica de Curitiba/PR, Brasil.
*9 Nota de Paiva Netto: Em “Zarur e a União das Duas Humanidades”, no Livro de Deus, e em outras publicações nossas, apresento e comento essa afirmativa de Alziro Zarur, indispensável tema para conhecimento e sobrevivência dos povos.
*10 Nota de Paiva Netto: Desta forma, a respeito de nosso país, profetizava Zarur em suas pregações e nas Preces que maravilhosamente proferia: “Só Jesus pode salvar o Brasil!”.
*11 Lei de Jesus (Evangelho segundo João, 13:34 e 35, 15:12 a 17 e 9) — Veja o Tratado do Novo Mandamento de Jesus, na página 3.
*12 Constante conexão entre Terra e Céu — Outros esclarecimentos em “Quanto à Abrangência do TBV”, nas Diretrizes Espirituais da Religião de Deus, vol. 2, e no terceiro volume de O Brasil e o Apocalipse, livros de autoria de Paiva Netto.
*13 A Fórmula Urgentíssima — Era como o saudoso Fundador da LBV, Alziro Zarur, classificava esta importante passagem evangélica. E escreveu: “Somente o estadista que souber Apocalipse saberá prever para prover, governando com acerto, evitando que sua pátria seja esmagada pelo próximo e último Armagedom (Apocalipse, 16:16). A Fórmula Perfeita para resolver os grandes problemas dos chefes de Estado, na ciência do governo dos povos, é a de Jesus: ‘Buscai primeiramente o Reino de Deus e Sua Justiça, e todas as coisas materiais vos serão acrescentadas’ (Evangelho segundo Mateus, 6:33). Quer dizer: não haverá soluções perfeitas fora das Leis Eternas, que regem a Terra. O contrário é combater efeitos, enquanto as causas permanecem”.
*14 Cairbar Schutel, em Interpretação Sintética do Apocalipse, p. 65 — Casa Editora O Clarim. Diz Paiva Netto — “Esse livro me foi presenteado pelo meu velho amigo Dr. Guy Machado”.
*15 Alziro Zarur cita o governo mundial em “Meu Brasil”.
*16 Leia mais sobre o assunto no Manifesto da Boa Vontade (1991) ou na publicação “É urgente reeducar!”, encaminhada às Nações Unidas, em diversos idiomas, a partir de 2000, ambas de Paiva Netto.
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