Editorial

Altruísmo — um revolução

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Em mais uma destacada página sobre a necessidade da vivência do Amor Fraterno, o Presidente-Pregador da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, José de Paiva Netto, aborda a urgente conciliação de esforços para alcançarmos o tão almejado equilíbrio social. Para tanto, apresenta perspectivas das áreas do saber humano, tradicionais e contemporâneas, destacando-lhes o vértice humanitário, ao mesmo tempo que exalta: “(…) o sentimento bom, de generosidade, é fator primordial para uma civilização em que o Espírito Eterno do ser humano seja o fulcro”.

Que o coração das leitoras e dos leitores encham-se da generosidade magnífica proposta neste editorial. E que este sentimento impulsione a multiplicação destas lições entre seus semelhantes.

Boa leitura!

Os Editores

 

Ao falarmos em Amor Fraterno e Universal, absolutamente não nos queremos situar no reino das nuvens. Temos, contudo, certeza de que o sentimento bom, de generosidade, é fator primordial para uma civilização em que o Espírito Eterno do ser humano seja o fulcro. Sobre este, o Espírito, se firma a revolução que ainda urge ser concluída, aquela que se realiza na Alma das criaturas e por intermédio delas se perpetua. E aí entra a educação eficiente.

Lição do saudoso sociólogo Herbert de Souza (1935-1997), o Betinho, que devemos recordar: “A partir da ética, é possível formular os cinco princípios concretos da democracia: igualdade, liberdade, diversidade, participação e solidariedade — existindo simultaneamente”.

Bem merecido e exato foi o prêmio cultural que ele recebeu no fim de 1996, do Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica, o ParlaMundi da LBV, em Brasília/DF: a Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica, na categoria “Solidariedade”. Como escrevi no artigo “Um cidadão chamado Solidariedade”, a luta contra a fome, da qual Betinho se tornou poderoso aríete, naturalmente reclama constantes investidas. (…)

De meu ensaio literário Sociologia do Universo, consoante nossa crença no valor do altruísmo, ressalto que não é por acreditarmos nele, inclusive na área dos negócios, que devamos ser considerados tolos. Temos consciência plena dos estorvos, até mesmo nos campos econômico e social, a exemplo da tragédia da corrupção, que qualquer comunidade ou país precisa corajosamente enfrentar e ultrapassar. Ao propormos, há décadas, a Economia da Solidariedade Espiritual e Humana como Estratégia de Sobrevivência, tomamos parte na rigorosa torcida que deseja ver os muitos senões que prejudicam trabalhadores, empresas, sociedade e crenças em definitivo corrigidos por aqueles capazes de fazê-lo.

Quando mais o ameaça a violência, o desenvolvimento de um povo não pode prescindir do espírito humanitário, aliado ao de íntegra justiça. Os persas, que seguiam a doutrina de Zaratustra (628-551 a.C.), ensinavam: “Aquele que é indiferente ao bem-estar dos outros não merece ser chamado homem”.

Um dos mais expressivos filósofos espanhóis, José Ortega y Gasset (1883-1955) vem ao encontro desse antigo preceito ao afirmar: “Estado e projeto de vida, programa de ação ou conduta humanos são termos inseparáveis. As diferentes classes de Estado nascem das maneiras segundo as quais o grupo empreendedor estabeleça a colaboração com os outros”.

Deng Xiaoping (1904-1997), que iniciou no século 20 uma série de profundas reformas na China, destacou uma lição do que não se deve fazer para alcançar a concórdia: “Há pessoas que criticam os outros para ganhar fama, pisando os ombros alheios para ascender a posições-chave”.

Por tudo isso, o que sugerimos, alicerçados em Jesus, vai além do que inspirou a economia solidária estudada pelo ilustre sociólogo Émile Durkheim (1858-1917). A Economia da Solidariedade Espiritual e Humana, que preconizamos, é holística, porquanto nos convida a vislumbrar a nossa verdadeira origem, a espiritual. Somente assim haverá a humanização e a espiritualização do Estado e da própria criatura, isto é, sob o banho lustral da Caridade Ecumênica, que não faz distinção de pessoas, pois considera que — acima de cor, crença, descrença, visão política, filosofia, orientação sexual, idade — estamos diante de seres terrenos, os quais suplicam socorro e compreensão (…).

Bem a propósito, definiu o heroico Nelson Mandela (1918-2013): “A bondade humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta”.

Portanto, coloquemos sempre um pouco de misericórdia, somada ao justo bom senso, no nosso olhar; nas atitudes para com o próximo, conhecido ou não; na interação com o vizinho, seja ele indivíduo ou país. A verdadeira Paz pode vir também desse entendimento.

É indispensável, porém, jamais nos esquecermos desta eloquente reflexão de Confúcio (551-479 a.C.): “Paga-se a bondade com a bondade, e o mal com a justiça”.

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Uma visão de Jesus

Celebramos na Páscoa a Ressurreição de Jesus e Sua Vitória Triunfal sobre a morte!

Ao nos aproximarmos dessa data tão especial, recordo-me de página que dediquei aos Cristãos do Novo Mandamento, escrita em Santa Maria de Arnoso, Lugar de Lages, Portugal, no dia 15 de abril de 2001, um domingo, na qual exemplifico uma das vertentes do Poder e da Autoridade do Sábio dos Milênios:

Quando o Divino Mestre derrotou a morte, ou seja, a única fatalidade neste mundo, porque tudo o mais pode ser materialmente superado, os Seus Apóstolos e Discípulos foram revestidos de um poder e de uma coragem que os levou a espalhar os ensinamentos de Jesus por toda a parte. Não falo somente daquela geração contemporânea do Cristo, mas também das que se sucederam. Se estamos aqui hoje, uma vez mais, defendendo o que Ele pregou, foi graças ao esforço de multidões que, pelos milênios, não deixaram no esquecimento as Suas memoráveis lições de humanidade e de Espiritualidade Ecumênica.

Vem-me igualmente à lembrança texto que publiquei, em 1986, na centenária Gazeta de Notícias, do Rio de Janeiro/RJ; no volume segundo das Diretrizes Espirituais da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo*1; e que desenvolvi em artigos veiculados por jornais, revistas e pela internet. Nele, me pergunto:

Mensagem às mentes libertárias

Quantos já alcançaram que um pensador libertário como Jesus não pode ficar aprisionado entre quatro paredes de um templo, por mais respeitável que seja, ou ter Sua mensagem reduzida por analistas que, por mais veneráveis que se apresentem, por vezes, confundem “germano com gênero humano?”.

O Celeste Libertador não está aprisionado ao Cristianismo humano. Ele trouxe Leis Espirituais, Morais, Ecumênicas (isto é, universais) elevadíssimas, Divinas. E não estou a afirmar qualquer aberração. Ele próprio declarou, em Sua Boa Nova, conforme os relatos de João, 16:12 a 15, que mandaria o Espírito da Verdade, ou Paráclito, para revelar novas coisas, que são Dele, Jesus, mas que não as pôde manifestar naquele momento:

12 Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis entender agora;

13 quando vier, porém, o Espírito da Verdade, ele vos guiará a toda a Verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido de mim e vos anunciará todas as coisas que hão de vir.

14 Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu para trazê-lo a todos vós.

15 Tudo o que o Pai tem é meu; por isso, vos disse que há de receber do que é meu, e anunciará a vós.

 

Então, o Seu Saber, a Sua Bondade, a Sua Solidariedade, a Sua Fraternidade, a Sua Generosidade, a Sua Compaixão se derramam sobre todas as criaturas. Os seres humanos é que separam. Deus une.

Os religiosos iluminados pelo espírito de concórdia e os cultores do pensamento criador sem algemas de qualquer espécie; enfim, os homens de mente aberta, crentes e ateus, pressentem isso sem dificuldade. Desejam ver a excelente influência altruística do Cristo clarear todos os setores da sociedade. Não podem abrir mão de tão extraordinária e sublime competência.

O exemplo do Cristo deve inspirar todos os campos da Vida

Jesus foi Cientista, quando, por ordem do Senhor do Universo, ergueu este planeta que habitamos; Economista, quando multiplicou pães e peixes e não deixou perder o que sobejou; Filósofo, quando desenvolveu Sua divina doutrina; Psicólogo, quando a adequou ao conhecimento das massas populares; Pedagogo, quando a ensinou por parábolas; Religioso, quando, convivendo com o povo e pregando aos sacerdotes no templo desde os 12 anos de idade, lhes transmitiu normas de conduzir suas existências no mundo, de maneira a merecerem a Vida Eterna; incentivador do progresso do ser humano pelo esforço próprio, quando advertiu que “a cada um será dado de acordo com as suas obras”: o Cristianismo não é escola de ociosidade; Legislador e Político, quando expôs, por intermédio de João Evangelista, que “Deus é Amor*2e que, por isso, todos precisam cumprir a lei de solidariedade espiritual, humana e social, amando-se uns aos outros tanto quanto Ele mesmo nos amou:

Não há maior Amor do que doar a própria Vida pelos seus amigos (Evangelho, segundo João, 15:13).

Com isso, convocou o mundo à maior das reformas, que deve preceder a todas as outras, a do ser humano, pelo conhecimento dos seus valores espirituais:

Buscai primeiramente o Reino de Deus e Sua Justiça, e todas as coisas materiais vos serão acrescentadas (Evangelho, consoante Mateus, 6:33),

postulado de Jesus para a formação da Economia da Solidariedade Espiritual e Humana, componente básico da estratégia da sobrevivência, que propomos para que haja uma sociedade verdadeiramente solidária, altruística, ecumênica.

Aí está. O Ecumenismo é educação aberta à Paz.

Tudo isso pode parecer utopia num orbe saturado de ódios e contendas de diferentes matizes. Entretanto, a Humanidade, sabendo ou não, anseia por um clima espiritual e social menos poluído. Tendo alcançado o entendimento superior a respeito do que fazem neste burgo planetário e cientes de que sua vida prosseguirá após a morte, a mulher e o homem, mais dia, menos dia, saberão valer-se de todas as riquezas da Terra, sem delas se tornarem escravos.

 


*1 Diretrizes Espirituais da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo — Coleção de Paiva Netto, apresentada em três volumes, que constitui o cerne da doutrina irrestritamente ecumênica da Religião do Amor Universal. Adquira já a sua, ligando para o Clube Cultura de Paz: 0300 10 07 940.

*2 “Deus é Amor” — Primeira Epístola de João, 4:8.

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